Pacientes que recebem atendimento fisioterapêutico para correção postural ou para tratar condições como escoliose, estão familiarizados com o termo “autocorreção”. Quando se trata de pacientes com alterações posturais, como escoliose, hipercifose, cifose de Scheuermann, pectus excavatum e carinatum, a estrutura da coluna fica comprometida, podendo afetar até mesmo a funcionalidade. Essas condições levam a alterações nas curvas fisiológicas, conhecidas como “curvas normais”, e podem resultar em perda de altura.
O primeiro passo consiste em fazer com que o paciente deseje se submeter ao tratamento. No caso de crianças e adolescentes, muitos pais cometem o erro de não abordar abertamente as futuras consequências das condições, como a progressão da escoliose, cifose de Scheuermann ou pectus, sejam eles excavatum ou carinatum. Todas essas condições mencionadas têm diferentes níveis de evolução e tendem a piorar durante o estirão de crescimento na pré-adolescência. Em casos moderados ou graves, os pacientes podem se sentir constrangidos e desenvolver uma imagem corporal negativa.
Uma vez que o tratamento é aceito, o próximo passo é aprender a autocorreção. Ao manter a disciplina no tratamento, os pacientes costumam se engajar mais ativamente, acelerando a evolução e tornando-a mais perceptível. A autocorreção envolve os pacientes tentando manter-se o mais próximo possível da posição fisiológica ou da “postura correta”. Quando eles internalizam a autocorreção, começam a aplicá-la diariamente em suas atividades cotidianas, sem que outras pessoas percebam. É importante destacar que cada pessoa possui um tipo de autocorreção, tornando o tratamento individualizado e específico.
Passo essencial para o sucesso do tratamento
Uma parte crítica do tratamento não é apenas selecionar os exercícios adequados, mas também ensinar a autocorreção mais apropriada para cada paciente, independentemente de ser criança, adolescente ou adulto. Uma autocorreção mal adaptada e executada incorretamente pode prejudicar o progresso do tratamento. Inicialmente, pode parecer desafiador para o paciente incorporar a autocorreção em atividades como a prática de exercícios, estar sentado na escola, trabalhando ou se divertindo. No entanto, orientações são fornecidas para lembrar de aplicar a autocorreção em pequenas tarefas até que se torne um hábito.
Conforme o tratamento avança e as melhorias se tornam evidentes, observa-se um aumento do equilíbrio, da mobilidade e da percepção postural, além de um aumento na autoestima. Muitos pacientes, que no início do tratamento não conseguiam sequer realizar a autocorreção e os exercícios, relatam que não conseguem mais viver sem a autocorreção. Quando chegam a esse ponto, um dos objetivos mais importantes do tratamento é alcançado: a tão desejada “melhora da postura” ou “postura correta”.