Dia do Gari: DF reúne mais de 5 mil profissionais de limpeza urbana

Data celebrada nesta terça-feira (16) é ponto facultativo para a categoria – que, embora considerada essencial para a sociedade, ainda enfrenta preconceito

Redação
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Imagem: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
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Um dia sem eles é suficiente para causar alarde na sociedade. Essenciais para a organização urbana, trabalham para manter a limpeza das cidades e preservar o meio ambiente, evitando o acúmulo de lixo em áreas públicas. Esta terça-feira (16) é o Dia do Gari, instituído como ponto facultativo no ano passado pelo governador Ibaneis Rocha. A data é considerada também o Dia sem Lixo, em que não haverá varrição, coleta e catação de resíduos.

“Os garis são fundamentais para a limpeza das nossas cidades. Nós temos que valorizar, agradecer e sempre apoiar essa categoria que trabalha de cabeça erguida, debaixo de sol e de chuva, sempre em prol da sustentabilidade”Presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Sílvio Vieira.

Terceirizada em todo o Distrito Federal. As funções são diversas: desde a catação e varrição de resíduos sólidos nas ruas até a coleta de lixo nas residências e comércios ao tratamento dos resíduos nos estabelecimentos do SLU. O setor de catação e varrição é o que mais mobiliza pessoal, com efetivo de mais de 2,5 mil funcionários.

Agência Brasília conversou com alguns desses profissionais para entender mais sobre a função, tão importante para a conservação das regiões administrativas. Veja!

Inspiração, respeito e zelo

O dia 14 de junho é lembrado com carinho pela gari Ana Maria de Araújo, 47 anos. É que foi nesta data, em 2011, que ela recebeu a notícia de que tinha sido contratada por uma empresa terceirizada do SLU. Inspirada no pai, que atuou como gari por 13 anos, Ana Maria sempre quis atuar na zeladoria urbana.

“Me inspirei nele, e depois que entrei vi que, realmente, é um bom trabalho. Nós trabalhamos, e muito, mas também nos divertimos. No final do dia, todo mundo vai embora feliz, brincando no ônibus”, conta. O pai foi afastado da função em 2020, devido à pandemia da covid-19, e aposentou no ano seguinte.

Antes de ser gari, Ana Maria trabalhava como diarista. “Há quase 12 anos, estou onde sempre quis estar, é a minha melhor fase – um trabalho que, mesmo sendo motivo de preconceito, é digno e bom para mim”, afirma ela, que é mãe de quatro filhos.

A catação e varrição de resíduos recolhe, em média, duas toneladas de material por mês. O número pode parecer pouco, mas não é. Isso porque são itens considerados leves, como papéis de bala e de salgadinhos, plásticos em geral, como copos e pratos descartáveis, e até latinhas. A manutenção é feita diariamente em todas as 35 regiões administrativas do DF e custa, mensalmente, mais de R$ 15 milhões aos cofres do SLU.

O trabalho de catação é feito por uma equipe de mais de 30 pessoas, dividida em duplas, e supervisionado por monitores. Telma Alves, 50, é a responsável por orientar, fiscalizar e auxiliar a equipe de Ana Maria, Marinete, Raimunda e Gislaine. Moradora do Setor O, Telma conta que aprecia o serviço: “Faz quatro anos que trabalho com limpeza urbana. Antes, era vendedora em shopping. E sempre foi meu sonho trabalhar em um local aberto, livre”.

Como o escritório da equipe é na rua, ela conseguiu conhecer áreas que tinha vontade de visitar. “Fui à Prainha, aos decks Sul e Norte e a muitos outros lugares”, aponta. Além disso, Telma defende que a categoria deve ser mais valorizada. “Até hoje, tem muitos locais a que chegamos, principalmente os garis, e somos discriminados. Tem lugar em que a gente senta para almoçar e as pessoas saem de perto por preconceito. Mas eles não pensam que, se não fossem os garis, a cidade não estaria limpa”, desabafa.

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