Todos estamos acompanhando a “autopsia” que vem sendo feita pelo interventor Ricardo Cappelli, nomeado pelo Ministro Flávio Dino, na segurança do Distrito Federal. Só para relembrar, para aqueles que conseguiram sair de férias e desligar do mundo, o Distrito Federal, pós-atos terroristas e antidemocráticos de 8 de janeiro, que culminou com a invasão e vandalismo na sede dos três poderes da República, teve seu governador afastado, seu secretário de segurança e o coronel da PM presos e a decretação de intervenção federal na segurança pública por 30 dias.
Hoje, dia 27 de janeiro, o interventor apresentou um relatório. Mas o que temos nele? O que podemos extrair desse documento? Ele conseguiu demonstrar culpa? Vamos lá:
Citado relatório apresenta depoimentos de como se transcorreu o planejamento, sua execução, com a invasão dos prédios. Relata também como foi o iter criminis do vandalismo no STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Traz um relato cronológico dos acontecimentos escabrosos do dia 08/01.
Mas vai além; o documento demonstra cabalmente que os “acampamentos pacíficos” em frente ao QG do exército eram, em grande medida, incubadoras dos atos golpistas. Geraram o quebra-quebra do dia 12 de dezembro, com a tentativa de invasão da sede da polícia Federal e também a tentativa de explodir o aeroporto de Brasília com uma bomba.
Em todos esses casos – atentado a bomba, dia 12/12 e 08/01, o relatório deixa clara a omissão do policiamento e que, no dia 08, não havia nenhum planejamento operacional para evitar as invasões ou de contingenciamento após ataque da turba.
Por fim, importante citar que o relatório não se omite em discorrer sobre a responsabilidade do Exército, quando relata que, tanto a PMDF, quanto outras forças policiais tentaram desmobilizar o acampamento, impedidas pelo Exército. O relatório deixa clara a intenção de “tomada de poder” e a omissão e leniência de vários atores políticos e policiais.
O documento foi encaminhado ao STF e, dentro em breve, teremos mais uma fase da Operação lesa-pátria, que nessa mesma sexta-feira, cumpriu mais 11 mandados de prisão, em sua 3ª fase.
Esperamos que as ameaças à democracia e a liberdade e vida do povo de Brasília fiquem nesse passado sombrio e a nova Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal possa retomar sua normalidade de prestação de serviço de segurança eficiente e digno para nossa população.