Sempre deixei minha vida seguir o curso dela… Acredito que, quando a gente planeja muito, a chance de se frustrar aumenta, e como! Aquele verso do Zeca: “Deixa a vida me levar, vida leva eu” casa bem comigo… Sair aos fds, quase sempre sem planejamento; usar uma roupa, abro o armário e escolho na hora (nada de ficar horas antes pensando em um vestido para ir a uma festa); chamar uma amiga para sair, quase sempre com 1 hora de antecedência e olhe lá… Sempre fui assim, de uns anos para cá mais ainda, por realmente acreditar que o planejamento, às vezes, inclusive, até ‘atrapalha’ a gente a viver momentos (geralmente, os inesperados são incríveis). Mas com as viagens… Elas me ensinaram, e continuam me ensinando, que sem planejamento é difícil criar boas memórias… Mas perrengues, possivelmente, vários. Rs!
Observando
Lá atrás, coisa de uns 11 anos, quando comecei a viajar de verdade, economizando real para comprar moeda estrangeira, imaginava, sim, que precisaria guardar para poder ir a países até então inimagináveis para uma menina que ainda engatinhava no planejamento. Como disse na coluna passada, não imaginava que conseguiria ir à Europa cedo, levando pouco, e que aquele pouco seria o suficiente para cobrir meus gastos sem precisar lavar alguns pratos em alguma cantina italiana rs! Foi vendo como outras pessoas faziam e com pessoas do meu lado dizendo: “Sim, é possível! A gente consegue conhecer tudo que quer sem passar aperto” que entendi que, sim, era possível chegar a lugares de sonhos, mesmo que com o dinheiro contado.
Experiências
E foi assim, acreditando que eu conseguia, que passei as primeiras semanas pesquisando passagem, olhava em uma companhia, olhava em outra… Viajar de executiva? Ui, um sonho (continuo não pagando por uma executiva, mas hoje por achar que esse dinheiro pode ser mais bem usado em algum passeio ou restaurantes. Em experiências…Não que eu não goste de conforto. Quem não gosta? Amo! Mas sempre avalio: ‘Gastar isso aqui numa passagem? Poxa… Com esse valor, faço 4 passeios incríveis, vou a x restaurantes’)! Então sempre ‘lá fui eu’ para a econômica (e feliz da vida, afinal, não importa o assento, só mesmo que ‘estou indo’), passagens de trens, ligando para casas de câmbio, uma ‘trabalheira gostosa’.
Visualizar à viagem antes de ela acontecer… É assim que me incentivo a abrir minha primeira folha em branco no Word (sim, minha gente, faço meus roteiros até hoje no Word, colocando nos quadradinhos que crio para cada dia da viagem tudo que será feito, dia a dia) a cada novo início de roteiro. Começo a imaginar os jardins, as atrações principais, eu as vendo ao vivo, a emoção de estar ali, e assim vou colocando minhas vontades e meus sonhos em roteiros que duram em média 20 dias.
Roteiro
Fazer um roteiro para mim, tem um gosto de realização, de ‘eu consegui chegar até aqui’ trabalhando pesado, passando noites lendo para conseguir cumprir um prazo de entrega de arquivo (para quem não sabe, sou revisora de textos e vivo ‘imersa’ em livros, em papel, basicamente), de vitória pessoal. Vou me imaginando andando pelas ruas dos lugares que ainda nem conheço, as roupas que estarei usando, pessoas que olharei, comidas que ficarei receosa de experimentar e outras que quererei repetir, e assim meus sonhos são colocados ali naquele pedaço de Word, que eu imprimo e levo numa pastinha com todos os outros documentos que preciso. Sim, tem coisas que não mudo (mesmo com toda tecnologia)… São como ‘rituais’ para mim, e uma delas é justamente estar com minha folha A4 impressa acompanhando dia a dia todos os meus trajetos pelos países.
Satisfação garantida
E a cada volta, percebo o quanto valeu a pena meses antes pensando, pesquisando, guardando no meu ‘A4 Word’ tudo que para mim faz sentido em uma viagem, tudo que me acrescentará, e, chegando em casa, com a mala ainda por desfazer (que é uma chatice, na minha opinião, mas isso a gente discute outro dia), vejo aquela pastinha, com aquele roteiro amassado (de tanto ter sido usado), e recordo novamente cada quadradinho de experiência diária que vivi naqueles 20 dias.