O Distrito Federal já soma, esse ano, 8 casos de assassinatos de mulheres. O Feminicídio. Essa semana tivemos três casos confirmados. Taguatinga e Riacho Fundo II. Detalhe de todos esses casos: o assassino é ou era o companheiro da vítima. Ou seja, violência provocada por parceiro íntimo. Também é relevante citar que, em vários casos, foram solicitadas medidas protetivas.
Importante lembrar que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresentou, nessa semana também, relatório de pesquisa que trata desse tema no Brasil. Lançado em 02/03/2023, é a quarta edição da pesquisa que trata da vitimização das mulheres no Brasil. Os dados são bem alarmantes. Chegam a afirmar, acerca dos dados colhidos que: “Não parece surpresa, portanto, que os dados aqui apresentados revelem um cenário avassalador de agravamento da violência contra a mulher”.
Os resultados apresentados são pesquisa acerca do ano de 2022: E… “As apurações mais recentes indicam que 52% da população testemunhou alguma situação envolvendo meninas e mulheres sendo agredidas por parentes ou parceiro íntimo, bem como homens brigando ou abordando mulheres de forma desrespeitosa.” Pior: “…33,4% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais experimentou violência física ou sexual provocada por parceiro íntimo ao longo da vida”.
No ano passado “28,9% das mulheres relatam ter sido vítimas de algum tipo de violência ou agressão”. A maior da série histórica de pesquisa, que ainda afirma que a violência grave está com crescimento vertiginoso. E mostram um padrão que deve ser levado em consideração, qual é: “Em média, as mulheres vítimas de violência ou agressão nos últimos 12 meses sofreram quatro episódios de violência no período. Entre mulheres divorciadas a média foi de 9 agressões em um ano”. O que nos leva a crer que as medidas protetivas não estão sendo efetivas o suficiente para evitar novas agressões.
E o que fazer?
Como reverter esses índices absurdos? Temos que ter em mente que a dependência econômico financeira acaba por ser mais um fomento aos abusos. Para que possamos dar um freio nos índices apresentados, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) necessário se faz que o governo promova o treinamento e inserção das mulheres no mercado de trabalho. Também são importantes políticas públicas mais efetivas. Que realmente promovam a proteção das mulheres. Veja que na pesquisa feita, tão somente a denúncia na delegacia gerou a violência em 22,5% dos casos. Se somarmos a ligação para os números de apoio, esse índice sobre para 28,9%. Isso não quer dizer que não se deve fazer a denúncia. Pelo contrário, pois 45% não fizeram nada e foram agredidas.
Fato é: se está sofrendo qualquer tipo de ameaça aqui no DF, não espere o pior acontecer. Ligue 190 em caso de urgência e fale com a Polícia Militar do DF (PMDF). Ou entre em contato com o 180 – Central de Atendimento à mulher. Temos também à disposição o disque denúncia da Polícia Civil do DF, disque 197 e a Delegacia Especial de atendimento à mulher (DEAM), que fica na ASA SUL e funciona 24 horas, todos os dias.