Atualmente a obesidade já é considerada uma das grandes pandemias do século XXI, sendo assim o transtorno alimentar mais sério do mundo. Em função disso é necessário um olhar sem preconceito, com menos julgamento e com muito mais acolhimento a pessoa que sofre na pele as consequências da obesidade, sendo de suma importância um trabalho multidisciplinar para lidar com uma patologia que é multifatorial, desta forma profissionais como psicólogos, médicos, nutricionistas, endocrinologistas, profissionais de educação física entre outros, trabalharem de forma conjunta para apoiar essa pessoa em todos os aspectos que ela precisa para ter sucesso no seu tratamento.
Não podemos deixar de considerar o sofrimento psicológico presente na vida da pessoa obesa, ansiedade, raiva, tristeza, culpa, preocupação, sentimento de impotência, como resultado de se sentir inadequado, discriminado e rejeitados por uma sociedade que prega um padrão de corpo ideal, assim essa pessoa também apresenta um prejuízo da autoimagem e uma depreciação do autoconceito e da autoestima. Em consequência disso tudo, começa a existir o afastamento das relações sociais, isolamento, depressão, redução significativa na vontade de sair, de dançar, de viver e também de se relacionar sexualmente, já que não se sente desejável em função de estar acima do peso.
Ansiedade e estresse
Todas estas questões levantadas leva a diminuição do bem-estar e qualidade de vida, aumentando a ansiedade e o estresse, o profissional de saúde mental dispõem de várias estratégias para auxiliar o paciente obeso na busca por uma saúde mental mais equilibrada e uma qualidade de vida melhor, uma delas é buscar compreender as questões internas da pessoa obesa e como ela buscar preencher seus vazios emocionais e utiliza a comida como um mecanismo para lidar com suas angústias, desencadeada por situações conflitantes do seu dia a dia, já que os fatores emocionais influenciam a instalação e/ou manutenção da obesidade.
Assim podemos destacar alguns pontos de extrema relevância para o sucesso do tratamento. Um deles é a formação do vínculo entre terapeuta e paciente para que este paciente se sinta seguro, acolhido e haja assim a adesão ao tratamento, e isso também facilita ao paciente se ver como protagonista do seu tratamento, é importante também avaliar uma possível depressão, já que a obesidade aumenta essa probabilidade, então muitas vezes a pessoa não consegue começar uma atividade física ou sair de casa não porque não quer, mais porque está deprimida e não tem ânimo para isso.
Mudanças
Na Terapia Cognitivo Comportamental vamos considerar a parte cognitiva deste paciente, trabalhando principalmente uma reestruturação dos pensamentos e sistemas de crenças centrais disfuncionais, a forma como ela pensa, apartir das suas experiências de vida, o ambiente que ela vive, tudo isso contribui para manter sentimentos e levar a comportamentos inadequados em relação a sua imagem corporal, a alimentação, as suas qualidades, suas escolhas, e principalmente sobre a sua capacidade diante das mudanças necessárias para alcançar o objetivo de perder peso.
Há necessidade de que tanto o paciente quando familiares sejam educados sobre a doença, e suas consequências a curto e longo prazo, assim o paciente também vai aprender como lidar melhor com as questões do dia a dia e como ter um comportamento mais assertivo diante dos problemas e desafios, além de aprender formas de enfrentamento mais saudáveis. O terapeuta também auxilia o paciente no monitoramento dos seus comportamentos alimentares para que ele próprio possa estar ciente das suas evoluções na mudança de comportamento.