“Gato”, acidentes, engarrafamentos e muita confusão

Retorno de Vicente Pires, que fica próximo ao balão de Águas Claras, tem tirado o sono de moradores e comerciantes locais

Alice Andrade
Por Alice Andrade 9 Min Leitura
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Imagens: Giza Soares

Falta de estacionamento, de iluminação pública e um polêmico retorno são as reivindicações dos moradores da Colônia Agrícola Samambaia. O bairro, que fica a 21 km de Brasília, faz parte da Região Administrativa Vicente Pires e uma população com mais de 70 mil habitantes.

Embora a Colônia Agrícola de Samambaia fique próxima às Regiões Administrativas de Águas Claras, Taguatinga e da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), via de acesso ao Plano Piloto, as queixas com a infraestrutura e locomoção dos moradores e comerciantes são muitas. Um dos problemas pontuados pelos comerciantes e moradores, que tem causado muita dor de cabeça à população, é um retorno localizado na Colônia Agrícola. O retorno é considerado o maior de todos os problemas pelos moradores, que reivindicam soluções.

O polêmico retorno fica próximo ao balão de Águas Claras e segundo o morador Geraldo Magela, esse retorno contribui para o engarrafamento, que já é grande na região. “O balão de Águas Claras contribui para o engarrafamento de quem quer sair de Vicente Pires e ir para a EPTG ou para Águas Claras, os motoristas ficam parados na faixa livre que dá acesso ao centro de Taguatinga e Pistão Norte”, diz Geraldo Magela.

Geraldo também destacou que com a obra do túnel de Taguatinga a situação se agravou, tornando o fluxo de carros na avenida ainda maior. “Devido à obra do túnel no centro de Taguatinga, houve um aumento no fluxo, nas Avenidas do Governador e São Francisco, de quem vem da EPTG e de Águas Claras sentido Rua da Misericórdia e Taguaparque”.

Para o morador Geraldo Magela, a solução apresentada para desafogar o trânsito
não ajudou

Dentre as reclamações há um ponto crucial no trânsito dessa região entre a Avenida do Governador, no sentido de quem vem do balão para entrar na Avenida São Francisco, um retorno de mão dupla, isso mesmo, um retorno de mão dupla, feito há uns quatro ou cinco anos aproximadamente, para a Festa de Pentecostes que acontece anualmente no Taguaparque, para desafogar o trânsito segundo relato de Geraldo Magela. Para Magela, a solução apresentada para desafogar o trânsito não ajudou, pelo contrário, só causou mais confusão e acidentes.

O projeto inicial, que já foi aprovado, prevê no lugar desse retorno uma rotatória, mas ainda não foi implementado. O local já foi palco de vários acidentes, inclusive fatais, relata Celino Barbosa de Sousa, morador e empresário da região, que ressalta a importância de haver uma melhor sinalização no local. Os moradores questionam o porquê não foi feita a obra da rotatória, uma vez que o projeto já existe e foi autorizado.

Do CarmoSampaio, moradora e empresária na região, diz que falta estacionamentos e segurança

Os problemas com o trânsito do local são notórios e a sinalização existente é uma placa de PARE, que além de tudo está torta, após um veículo bater nela e que ainda não foi trocada. Além dos problemas no trânsito, longos e demorados engarrafamentos enfrentados pelos motoristas que circulam pela região, também há problemas que afetam os pedestres. A faixa de pedestres que fica na Avenida do Governador no sentido balão para a Colônia Agrícola, não tem iluminação adequada, dificultando a visualização dos motoristas da faixa, que não tem uma boa sinalização.

Outra dificuldade enfrentada pelos que circulam na região da Colônia Agrícola Samambaia é o acesso nas proximidades dos restaurantes para os Bombeiros que precisam de uma circulação facilitada e ágil. Devido a falta de estacionamentos, uma academia alugou um lote ao lado para possibilitar vagas de estacionamento para seus alunos. A igreja São Francisco de Assis também sofre com a falta de locais para seus fiéis estacionarem, por não terem onde deixar os seus veículos as pessoas evitam ir aos eventos da igreja. Do Carmo Sampaio, moradora há 22 anos e empresaria na região, além da falta de estacionamentos no local também relatou sobre o grande fluxo de carros após as 18 horas e a falta de segurança. 

O local já foi palco de vários acidentes, inclusive fatais, relata Celino Barbosa

A Falta de segurança no lugar também é um dos fatores que afastam as pessoas para frequentar os restaurantes, hamburguerias, salão de beleza e demais estabelecimentos comerciais. A loja de açaí já foi assaltada, relatou a moradora Eliane Andrade, que também apontou a subutilização do parque infantil, e da praça que está com o mato alto e que os moradores preferem que no lugar dela fosse criado um estacionamento.

Os problemas da região não param por aí. Os postes de energia, instalados pelos moradores porque a companhia de energia da época informou que só ligaria a energia se os moradores fizessem as instalações – postes que após instalados tiveram que ser doados para a companhia, não foram trocados e não tiveram manutenção. A companhia alega que não houve manutenção porque os braços são antigos.
Enquanto a equipe do Jornal Capital Federal estava no local, foram vistas várias freadas bruscas de carros e manobras arriscadas devido ao retorno de mão dupla. Os moradores questionam até quando essa área, tão movimentada e privilegiada, vai continuar sem manutenção.

Resposta da Administração Regional de Vicente Pires

Procurada pelo Capital Federal e questionada sobre os problemas apontados, a administração regional respondeu que existe o projeto da rotatória que atualmente está nas mãos na Novacap. Quando executado vai diminuir o perigo de acidentes e melhorar o acesso para o viaduto de Águas Claras.
Ainda segundo Gilvanildo Cardoso de Sousa, chefe de Gabinete, o trecho tem iluminação pública e o que ocorre é uma “falha em algumas lâmpadas queimadas que são trocadas pela CEB – Companhia Energética de Brasília”, empresa vendida à Neoenergia. Sobre os postes de iluminação pública, o chefe de gabinete, Gilvanildo disse que “quando o braço está fora de padrão, depende de verbas específicas, que não temos”.

Sinalização – Em resposta aos questionamentos sobre a sinalização das faixas, o chefe de gabinete informou que foram colocadas e que os motoristas devem respeitar. “Não tem como, tem distâncias que são obrigatórias e todas as faixas e placas foram colocadas e feitas pelo Departamento de Trânsito – Detran, cabe aos motoristas serem mais respeitosos com as leis de trânsito, não é culpa da sinalização e nem falta dela. Quanto à placa com certeza alguém já bateu nela, mas logo será trocada”.

Estacionamentos – “Não tem espaço para construirmos estacionamento nessa área”, respondeu o gabinete.

Segurança Pública – Sobre a falta de segurança, Gilvanildo respondeu que “a segurança é feita pela equipe do 17º Batalhão e com rondas constantes conforme os índices de criminalidade registrados pelos cidadãos”.

O chefe de gabinete da Administração Regional concluiu afirmando que “não existe descaso, a região foi a primeira contemplada com licitação para melhorias como: asfalto, esgoto e águas fluviais. Estamos nós empenhando ao máximo para a liberação da construção da rotatória”.

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