Na manhã desta quarta-feira (9), a chácara 105 da colônia Agrícola Samambaia, localizada em Vicente Pires, foi movimentada. Estavam no local com vários caminhões, trator e até um ônibus cheio de militares, que vieram atender a um chamado da comunidade local.
Há 15 anos moradores da chácara 105 vivem um pesadelo e perderam o direito de ir e vir. Isso, porque um vizinho construiu um muro no meio da rua, dificultando a circulação dos habitantes e de quem passasse pelo local. Além de se tratar de uma invasão de área pública, o muro prejudicava a comunidade.
O muro irregular causou muitos transtornos e deixou a vizinhança sem a coleta de lixo, pois, com o fechamento da rua, o caminhão de lixo não tinha acesso para realizar o trabalho de limpeza urbana. Até a lixeira coletiva que ficava próxima do muro da ‘discórdia’, o tal morador derrubou alegando que a lixeira pertencia a ele.
Depois de várias tentativas de acordo, sem sucesso, com o morador, a população se uniu e recorreu aos órgãos competentes para solucionar o problema.
Finalmente, depois de uma longa espera, chegou a solução. Dia 3 de novembro, a Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF legal) demoliu o muro, sobraram só os escombros. Mas o pesadelo ainda não havia acabado. O morador que causou os problemas com a construção do muro impediu os vizinhos de retirarem o entulho do local para desobstruir a passagem.
Mais uma vez os órgãos responsáveis tiveram que ser acionados, e desta vez vieram com escolta policial para garantir a segurança dos envolvidos, que terminaram a demolição e retiram todo o entulho.
Os Moradores comemoraram a desobstrução da rua e já fazem até planos para a área que, além da rua, tem um local considerado ideal para construir uma praça e criar um espaço de interação para a comunidade. Segundo alguns moradores, o que eles mais querem é poder ter o direito de construir lixeiras em frente às suas casas. Já que agora o caminhão do lixo terá acesso.
Depoimentos
“É um sonho, poder ter uma lixeira na porta da minha casa, sem contar no direito de ir e vir”, desabafa um morador que não quis se identificar por medo de represália.
“Meu sentimento em relação à derrubada deste muro é que a justiça foi feita. Estes moradores eram impedidos de ir e vir. O que contraria frontalmente a lei. É área pública e o ocupante ilegal ainda ameaçava os vizinhos. Fiquei muito satisfeita com a ação do Estado,” diz moradora anônima. Que foi testemunha ocular da história e acompanhou todo o sofrimento de seus vizinhos.
Foi muitos anos de sofrimento, teve gente que vendeu sua casa, pois a dificuldade de construir era grande, com a passagem obstruída não tinha como os caminhões entregarem o material de construção.”
relato de morador
A reportagem do Jornal Capital Federal conversou com vários moradores da região, que relataram prejuízos e medo, por esse motivo ninguém quis se identificar, devido às ameaças sofridas.