O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluiu o Brasil em seu discurso sobre tarifas comerciais, alegando que o país impõe barreiras a produtos americanos. A declaração ocorreu durante o pronunciamento do Estado da União, no Congresso dos EUA, elevando a tensão nas relações comerciais entre os dois países.
Diplomatas brasileiros avaliam que a estratégia do Brasil deve ser equilibrada: firme na defesa dos interesses nacionais, mas sem provocar retaliações que prejudiquem exportações e setores estratégicos da economia.
Trump reforça protecionismo
Em sua fala, Trump defendeu medidas tarifárias mais rigorosas para proteger a indústria americana. Ele já impôs sobretaxas a produtos como aço, alumínio e etanol, afetando diretamente o Brasil. Agora, novas barreiras podem atingir exportações de commodities essenciais.
Diplomatas consultados indicam que a melhor abordagem é agir com cautela. “O Brasil precisa ser firme, mas evitar conflitos desnecessários. O adversário é forte”, afirmou o ex-embaixador Marcos Azambuja.
O impacto sobre as tarifas
O acirramento da disputa pode resultar em novos entraves para produtos brasileiros no mercado americano. Atualmente, os principais itens exportados pelo Brasil enfrentam tarifas variadas:
• Óleos brutos de petróleo – US$ 5,8 bilhões (tarifa: 0%)
• Produtos semimanufaturados de ferro/aço – US$ 2,7 bilhões (tarifa: 7,2%)
• Café em grão – US$ 1,9 bilhão (tarifa: 9%)
• Carnes bovinas congeladas – US$ 885 milhões (tarifa: 10,8%)
Por outro lado, os EUA também enfrentam tarifas sobre produtos exportados ao Brasil, como copolímeros de etileno (20%) e outros polietilenos (20%).
E agora?
O governo brasileiro monitora os desdobramentos e avalia estratégias para mitigar os impactos. A equipe econômica busca garantir que setores como agronegócio e siderurgia não sejam prejudicados.
“Prudência não significa inércia. Precisamos agir no momento certo para defender nossos interesses”, afirmou um integrante do Palácio do Planalto.
Com o discurso protecionista de Trump ganhando força, especialistas apontam que o Brasil precisa atuar estrategicamente, evitando confrontos desnecessários, mas assegurando condições comerciais justas. “Trump gosta do embate, mas o Brasil precisa focar nos resultados”, resumiu um diplomata.