Bolsonaro foi vencido por ter sido um chefe ao invés de um líder. Foi vencido pelos votos das pessoas que não querem mais ver suas famílias brigando e discutindo, com dedos em riste, pregando uma “verdade absoluta”, sem respeitar a opinião e a escolha do outro. Família é uma das três palavras do propalado lema (por sinal copiado de triste passagem da história mundial), mas o que aconteceu foi a divisão das famílias ou sua submissão.
Foi vencido pelos votos das pessoas que passaram 4 anos vendo seus salários perdendo poder e compra, com cada vez menos produtos no carrinho de supermercado. Vencido também pela sua ignorância. Bolsonaro foi vencido pela sua incapacidade de se colocar no lugar do outro. Por ter governado para seus seguidores e patrocinadores, esquecendo que o país é multirracial, com diversos cidadãos e diversas esferas econômicas. Esquecendo-se de sua segunda palavra do seu repetido chavão – pátria. Criou grupos e dividiu o país pelo ódio.
Perdeu os votos quando impôs, por meio de “chefes” religiosos, a idolatria a si mesmo. Esquecendo-se de que a palavra de Deus/Jesus é que devem prevalecer nos templos. Mas como diz a oração: “Ele está no meio de nós.” E, como que acordando de um transe, vários clérigos enxergaram a agressão aos dogmas. “Não use o nome santo em vão.”
Precisamos preparar nossas crianças para que sejam capazes de liderar e agregar. Que tenham vontade de lutar por um Brasil melhor ao invés de sonhar em se mudar de país. Para realmente trilharmos “o Brasil que dá certo”, precisamos investir firmemente na educação de qualidade em tempo integral. Não precisamos de “seguidores” ou “lacradores”. Precisamos de cientistas, mestres, doutores. De pessoas capacitadas para todo o tipo de trabalho. Mas não só isso, que tenham amor ao Brasil – não essa falsa idolatria e sequestro dos símbolos nacionais – e que invistam e se dediquem pela melhoria de toda sociedade, não só do próprio bolso e de seus apaniguados.