A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ainda não conseguiu cumprir a suposta ordem de desocupação do prédio que o Movimento Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) está ocupando desde a quinta-feira 7, e resolveu usar tática de combate à guerrilhas, isolando o local, não permitindo a entrada de alimento, água, fraldas ou qualquer tipo de ajuda para as 80 famílias que lutam para conseguir uma moradia digna no Distrito Federal. O detalhe é que uma boa parte das famílias tem inscrição nos programas de habitação da Companhia de Desenvolvimento de Habitação do Distrito Federal (Codahab-DF), mas nunca foram contempladas em nenhum programa.
Conselheira tutelar
A conselheira tutelar Nathália Vieira esteve no local com o objetivo de garantir a segurança e bem estar das cerca de 15 crianças que estão no prédio, mas foi barrada pela polícia e não conseguiu levar fraldas para atender as crianças que estão com suas famílias. Das 15 crianças pelo menos duas são bebês que precisam de fraldas e material de higiene adequado.
Ordem judicial
No domingo, o desembargador do TJDFT, Roberval Casemiro Belinati determinou a reintegração de posse do imóvel para os proprietários, mas segundo a coordenadora do MLB, Ellica Ramona afirmou que a ordem ainda não foi obedecida porque só foi divulgada pela imprensa, não tendo sido publicada até a segunda-feira, 11, em nenhum órgão de divulgação oficial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Abandonado
Rodrigo Vaz Canabrava, advogado do MLB em entrevista ao Correio Braziliense, disse que o prédio só foi ocupado porque está abandonado há sete anos e o GDF não cumpre a Lei n.º 6.911, de 21 de julho de 2021, que trata da política de combate a edifícios abandonados que causem degradação urbana, declarando o imóvel vago, o que seria muito importante para resolver pelo menos uma parte do problema social que o Distrito Federal enfrenta com centenas de pessoas morando nas ruas ou em albergues em péssimas condições.
Na noite da segunda, 11, o MLB deu uma entrevista coletiva no local e explicou o porquê da ocupação e os objetivos do grupo.