Seca e queimadas: como cuidar da saúde das crianças?

A prevenção é fundamental e o tratamento precoce pode salvar muitas vidas

Dr. Tiago Oyama
Por Dr. Tiago Oyama  - Pediatra 3 Min Leitura
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Imagem: Freepik
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Nessa última semana, sentimos na pele os efeitos das queimadas que aconteceram em todo o país e impactaram diretamente na saúde de todos nós. Nesta época do ano, onde o tempo está muito seco, a fumaça pode se alastrar por longas distâncias e a exposição a essas partículas tóxicas pode provocar problemas respiratórios, desde irritações nos olhos, na pele, nas narinas e garganta, até causar crises de rinite e/ou bronquite (asma). Por isso, é essencial que tomemos medidas eficazes para minimizar esses riscos e proteger principalmente nossas crianças.

Ações que devem ser tomadas

Uma das primeiras ações que devemos fazer é monitorar constantemente a qualidade do ar em sites como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e reduzir ao máximo o tempo de exposição ao ar livre quando a qualidade do ar estiver comprometida ou quando a fumaça estiver muito intensa, evitando atividades físicas nesse período, salvo atividades leves em ambientes fechados, a exemplo, natação. Em ambientes internos, lembre-se de manter portas e janelas fechadas, assim é possível reduzir a penetração das partículas nocivas ao sistema respiratório. Além disso, investir em purificadores de ar e umidificadores é uma boa forma de garantir que o ambiente interno esteja mais seguro e confortável.

Uma dúvida comum é sobre o uso das máscaras de proteção, sendo que o uso das máscaras comuns pode minimizar a inalação dessas partículas, mas a eficácia é aumentada com o uso da máscara N95, indicada especialmente para pacientes com diagnóstico prévio de bronquite / rinite alérgica.

É importante se manter hidratado

Uma das principais complicações que vejo no consultório nesse período são crianças hipohidratadas / desidratadas devido à baixa ingestão hídrica, o que compromete o bom funcionamento do sistema imunológico, ficando assim a criança mais suscetível a ter infecções. Por isso é fundamental redobrar a atenção na oferta de água, mantendo garrafinhas à vista da criança; e térmicas, se possível, para ajudar a preservar o frescor do líquido, uma vez que isso pode incentivar a aceitação da água.

Não esquecer de oferecer muitas frutas nos lanches, além de saladas e legumes nas refeições, reforçando assim a hidratação. Banho rápido e morno (evitar água muito quente), sabonete neutro e manter a pele hidratada com bons produtos dermatológicos também é importante.

Além disso, devemos conversar com as crianças maiores sobre esse período, a fim de evitar o desenvolvimento de medos, fobias e ansiedade, garantindo assim seu bem estar psicoemocional.

Por fim, é o que repito: a prevenção é fundamental e o tratamento precoce pode salvar muitas vidas. Em caso de qualquer sintoma procure seu médico. Iniciar o acompanhamento logo no início do aparecimento dos sintomas aumenta a eficiência do tratamento e diminui os impactos dos problemas de saúde em todos nós.

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Posted by Dr. Tiago Oyama Pediatra
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Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (Campus Ribeirão Preto); Residência Médica em pediatria no Hospital das Clínicas da USP - Ribeirão Preto; Residência Médica em Terapia Intensiva Pediátrica; Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria; Especialista em Terapia Intensiva Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
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