Com o apoio da Fecomércio-DF, por meio de sua Câmara de Economia Criativa, a 2ª edição do Brasília Design Week (BDW) foi inaugurada na noite desta quarta-feira (3) durante um evento convidados, no Museu Nacional da República. Além de diversas obras e peças de artistas renomados, o evento contou com a exposição Jalapoeira Apurada, em parceria com o arquiteto Marcelo Rosenbaum. Já o encerramento da noite foi marcado pelo desfile das peças da coleção Piracema, criada pelo estilista manauara Maurício Duarte e produzida por artesãs de Manaus e São Paulo, com artigos naturais.
Além do presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, participaram do primeiro dia do BDW autoridades como a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman, o deputado distrital Max Maciel, o subsecretário de Cultura e Economia Criativa, Felipe Ramón, entre outros.
“O título de Cidade Criativa do Design nos incentivou a criar a primeira câmara de economia criativa entre todas as Fecomércios do Brasil. Hoje, temos um time incrível de especialistas sempre atentos e prontos para propor políticas públicas adequadas para o crescimento desse setor”, afirmou José Aparecido Freire, presidente do Sistema Fecomércio-DF.
A idealizadora do projeto, Caetana Franarin, falou sobre a importância do design para Brasília. “A repercussão da primeira edição superou todas as nossas expectativas. Assim, nós compreendemos que não se tratava apenas de uma semana, mas de um movimento. O Movimento Brasília Cidade Design agrega todas as possibilidades criativas que o design apresenta. Abraça a inovação e a sustentabilidade, expande as conexões entre o Plano Piloto e o seu entorno, e fortalece a vocação de Brasília como polo de negócios e de turismo”, afirmou.
A iniciativa nasceu com o objetivo de incentivar e impulsionar talentos a partir da percepção do design como ferramenta de transformação social e econômica. O plano de inserir a capital federal no calendário internacional do design foi colocado em prática a partir do reconhecimento da cidade como referência mundial em arquitetura moderna, uma vez que, em 2017, Brasília passou a integrar a Rede de Cidades Criativas da Unesco.
A maior concentração de atividades vai acontecer nesta semana, entre os dias 4 e 11 de julho, principalmente no Museu Nacional e no Plenário de Brasília. Haverá integração de aprendizado de técnicas de lambe-lambe, design de sinalização e embalagens, restauração de móveis modernos, grafites, entre outros. Entretanto, a programação segue com exposições, oficinas, feiras e workshops até o fim do mês em diferentes pontos do DF.
Estímulo à economia criativa
O presidente Aparecido citou importantes números da pesquisa Panorama da Economia Criativa, realizada pela Universidade Católica de Brasília (UCB) em parceria com a Fecomércio-DF, a Secretaria de Turismo (Setur/DF), identificou mais de 130 mil agentes criativos distribuídos em todas as RA’s do DF, produzindo e desenvolvendo móveis, moda, tecnologia, música, arte, publicidade e games.
A partir disso, collabs entre designers e artesãos foram formadas para desenvolver as peças expostas no Museu, com o foco no intercâmbio de técnicas de linguagens. “Acho que criaram um espaço muito legal com a ideia de juntar o design e o artesanato. Porque o designer pensa no projeto, mas são os artesãos que materializam, de fato”, relatou Priscila Azevedo, designer de moda e proprietária da escola de costura Vestida de Sonhos, na 713 Norte.
O tema do BDW 2024 é a promoção do design circular, ou seja, com foco estratégico na produção de produtos ambientalmente sustentáveis, desde os métodos e insumos escolhidos na fabricação, até as possibilidades de reciclagem pós-uso. Esse modo de fazer design inaugura um novo modelo de convivência, consumo responsável, interação e inteligência relacional.
Marcelo Rosenbaum, responsável pela exposição no anexo do Museu Nacional, destacou o bioma do Cerrado e a importância do trabalho artesão na produção das peças, com destaque para as mulheres. “O saber fazer Capim Dourado, que é um patrimônio brasileiro, é o saber fazer das mulheres quilombolas do Jalapão, do Cerrado, a caixa d’água do Brasil. Então, estar com essa exposição aqui falando do trabalho dessas mulheres, da força desse trabalho e da necessidade da preservação do nosso bioma, é um grande privilégio”, concluiu.
Neste ano, alguns dos designers que participaram da exposição foram: a artista plástica Patricia Bagniewski, a estilista Sandra Lima, a designer de mobiliário Raquel Chaves e o designer de moda Alisson Abreu. Além de profissionais já atuantes no ramo, estudantes do Instituto Federal de Brasília (IFB), da unidade de Samambaia, também fizeram parte do movimento.