Em 2023, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia lideraram o número de denúncias de violência contra idosos, correspondendo a 61,6% do total nacional, conforme a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Os tipos mais frequentes de maus-tratos incluem violência física, negligência/abandono e violência psicológica ou moral.
Os dados mostram que a maioria das vítimas são mulheres (58,6%), com filhos e filhas sendo os principais agressores (29,5%). A residência da vítima é o local mais comum das agressões (71,5%), e muitos casos são recorrentes (35,8%). Quanto à raça, quase metade das vítimas são pessoas pretas e pardas (47,8%).
Os principais tipos de violência registrados no ano passado foram negligência ou abandono (87,6%), violência psicológica (84,8%), violência patrimonial (76,7%) e violência física (75,4%).
Junho Violeta: conscientização e proteção dos idosos
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania está promovendo a campanha Junho Violeta para conscientizar a sociedade sobre a importância de garantir os direitos e a dignidade das pessoas idosas, utilizando registros oficiais e indicadores baseados em evidências científicas.
“Frente a esses números, é crucial lembrar que, segundo o Estatuto da Pessoa Idosa, o Estado tem a obrigação de proteger a vida dos idosos através da implementação de políticas sociais. Torna-se urgente reforçar a conscientização para a necessidade de garantir direitos, dignidade e respeito às pessoas idosas, para que essa população não siga sendo alvo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão”, afirmou o ministério em nota oficial.
O Junho Violeta tem como objetivo mobilizar a população para a necessidade de proteger os idosos de todas as formas de violência, negligência e maus-tratos. A campanha incentiva a denúncia de casos de violência e promove a disseminação de informações sobre os direitos dos idosos, conforme estabelecido pelo Estatuto da Pessoa Idosa.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, destacou a tendência de envelhecimento populacional. “Atualmente, o Brasil tem 32 milhões de pessoas idosas, e esse número continua a crescer. Nossa sociedade precisa entender que não é mais tão jovem quanto parece e que a longevidade é resultado de boas práticas e políticas públicas. Envelhecer não é um demérito, mas uma fase tão comum como qualquer outra, e pode ser uma oportunidade para a construção de novos propósitos”, disse ele.
Como Denunciar?
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) disponibiliza o Disque 100, um canal gratuito e disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, para denúncias de todos os tipos de violência contra idosos. O serviço também pode ser acessado pelo site oficial, com atendimento em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e pelo WhatsApp (61) 99611-0100.