O tema do bullying nas escolas tem recorrentemente tomado conta da mídia, tendo em vista sua prática enquanto violência habitual e reiterada em nossas escolas. É uma realidade que permeia as instituições educacionais e as famílias, devendo ser analisada e discutida, para então ser evitada e combatida. Já faz quase dez anos que a Lei nº 13.185/15 instituiu o Programa de Combate ao bullying. E recentemente, a Lei nº 14.811/24 institui “medidas de prevenção e combate à violência contra a criança e o adolescente em estabelecimentos educacionais ou similares, públicos ou privados, que devem ser implementadas pelo Poder Executivo municipal e do Distrito Federal, em cooperação federativa com os estados e a União.
Definição do é bullying
Define-se, assim, como bullying todo ato de violência física, moral ou psicológica que ocorre, sem razão evidente, contra uma pessoa ou um grupo com o objetivo de intimidar ou agredir, provocando sofrimento.
É importante salientar ainda que, em casos de bullying, é comum que o foco esteja no atendimento à vítima e no impacto de tal dor em sua vida. No entanto, há que se lembrar que o agressor e o observador também precisam de acompanhamento. Geralmente, quando a situação vivenciada com o bullying não é adequadamente trabalhada, a vítima passa a sofrer com isolamento, baixa autoestima e insegurança; o agressor naturaliza comportamentos agressivos e se torna incapaz de exercitar qualquer empatia em relação aos outros; e os observadores normalizam o medo e a violência, omitindo-se diante de injustiças e relativizando valores pessoais. Não se pode desconsiderar que muitas crianças e jovens recorrem à violência como forma de expressão de suas próprias dores internas.
Círculo vicioso
Muitas vezes, o bullying se torna um círculo vicioso, ou seja, o próprio agressor já sofreu e adota o comportamento agressivo em relação a outros e o próximo reproduz, etc.
É um grande desafio para a escola lidar com a gravidade das tantas violências empreendidas, especialmente, se pensarmos nas consequências devastadoras para todos os envolvidos, sejam as instituições sociais (escolas, famílias…), sejam os agressores, as vítimas e os observadores. Muitas vezes, o bullying se inicia disfarçado em um comportamento considerado natural, permeado de pequenas provocações e “brincadeiras” de mau gosto, até que se tornam agressões efetivas contra as vítimas. Enfim, se é algo tão presente no ambiente escolar, é necessário que toda a comunidade esteja preparada para agir da forma adequada, tanto com a vítima e o agressor como também com aquele que testemunha qualquer violência, não em uma perspectiva punitiva, mas de trabalho em favor da adoção de uma cultura de não violência.