O uso da inteligência artificial tem alterado significativamente as relações dos alunos com a aprendizagem. Isso se deve a inúmeros fatores, dentre eles, destaca-se que o conhecimento não é engessado e vivemos num dinamismo social, cultural e econômico cada vez mais efetivo, cuja atualização precisa ser permanente. Certezas já não existem mais e rapidamente são derrubadas por novas informações que são profusas. Isso altera fortemente os hábitos e as rotinas que determinam as buscas por conhecimento e sua produção. Nunca foi tão verdadeiro o provérbio “Tem muito tempo aquele que não o perde”.
Em se pensando em tempo, a interação, como consequência, é essencial para quem quer manter-se atualizado e competitivo, tento em vista que ninguém consegue sozinho realizar a curadoria de toda a informação disponível. Em tal perspectiva, podemos afirmar que comunidades cooperativas de aprendizagem nos ajudam a economizar tempo. No contexto escolar, espaços de aprendizagens se ampliam na medida em que não mais se restringem ao perímetro em que ocorre a relação fechada entre professores e alunos na sala de aula, mas se abrem a todas as possibilidades e interações. Não se pode mais considerar a aprendizagem como um privilégio daqueles que estão na escola, mas um processo que ultrapassa suas fronteiras e continua ao longo de toda vida.
IA e trabalho coletivo
Nesse sentido, a inteligência artificial pode amplificar o trabalho coletivo e colaborativo, posto que a aprendizagem é muito mais do que a aquisição de capacidades para pensar, é a aquisição de muitas capacidades para pensar sobre várias coisas. Esse pressuposto da construção colaborativa, fruto da interação não é algo novo, mas nunca se pensou na dimensão que tomaria na atualidade, tendo em vista que modificamos nossa relação com o conhecimento na medida em que recorremos a ferramentas que nos trazem informações iniciais prontas sobre as quais devemos exercer a gestão final do ato de pensar.
A comunidade colaborativa de aprendizagem contempla, portanto, a promoção de um conhecimento de natureza prática, a formação de atitudes, o desenvolvimento de responsabilidades, a formação de hábitos e comportamentos, a autonomia e a capacidade de autoaprendizagem. Pertencer a um grupo com interesses comuns, pessoas com as quais seja possível trocar de ideias, ensinar, conversar e aprender sobre o que prioritariamente interesse comum, já é potencialmente motivador para desencadear um processo significativo de aprendizagem.