O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado uma abordagem cuidadosa ao tratar da nomeação do próximo Procurador-Geral da República, também conhecido como PGR, uma posição de grande destaque no comando do Ministério Público Federal. Hoje, completam-se exatos 30 dias sem que ele tenha anunciado quem será o sucessor de Augusto Aras, o atual PGR.
Essa demora na indicação não era vista desde 1989, quando o então presidente José Sarney levou 34 dias para escolher o PGR, na primeira nomeação após a redemocratização do país.
Embora a cadeira de PGR esteja tecnicamente vazia, quem a ocupa é temporariamente a subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos, que teve apenas um encontro com Lula até o momento.
Qual é a importância?
A importância do cargo de PGR reside no fato de que este órgão é responsável por decidir quais casos envolvendo pessoas com foro privilegiado, como deputados, senadores, ministros, o presidente da República e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), serão processados ou não. Isso torna a escolha do novo PGR altamente cobiçada pelos políticos, com o Centrão e outros aliados fazendo lobby junto a Lula. Além disso, o PGR também desempenhará um papel decisivo na definição dos rumos dos indiciados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada em 08/01.
Os nomes mais mencionados como possíveis sucessores de Augusto Aras são Paulo Gonet, atual vice-procurador-geral eleitoral, e Antonio Bigonha, subprocurador-geral.
STF
Além da indicação do PGR, Lula também enfrenta a pendência de escolher um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF) em substituição a Rosa Weber, que se aposentou no final de setembro. Flávio Dino é um dos favoritos para ocupar essa vaga.