Em 23 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Combate ao Estresse. Na literatura, o estresse é uma reação natural do organismo, que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. No geral, esse é um mecanismo bastante útil para a nossa vida, já que nos coloca em estado de alerta ou alarme, capaz de nos ajudar a prever alguma situação grave. O problema é que na modernidade, com as sobrecargas de trabalho físico e mental, o estresse vem-se tornando uma doença crônica, provocando alterações físicas e emocionais muitas vezes graves.
Quando pensamos no estresse, não há como separá-lo da alimentação, seja para combatê-lo, seja para compensá-lo. No consultório, sempre trato de tema importante que é o “comer emocional”, ou seja, comer em resposta a estímulos emocionais. Esse é um padrão de comportamento alimentar muito comum, que afeta inúmeras pessoas ao redor do mundo.
Trata-se de um fenômeno no qual as emoções desempenham papel central no consumo de alimentos, não por estarmos fisicamente famintos, mas como uma maneira de lidar com sentimentos desconfortáveis, como o estresse, a ansiedade, a tristeza ou a solidão. Usamos o alimento também como forma de premiação ou punição, sempre buscando um prazer imediato. Como características, o comer emocional surge repentinamente, e precisa supri-lo imediatamente. No entanto, não é saciado com estômago cheio, e normalmente vem carregado de sentimentos de vergonha e falta de controle.
O que fazer para minimizar os efeitos maléficos desse comportamento?
Bom, como nutricionista, meu objetivo é, inicialmente, ajudá-los a compreender que essa é apenas uma reação instintiva do nosso cérebro. O que vai determinar se esse comportamento é disfuncional, ou não, é a sua frequência. Mas há algumas estratégias práticas para mudar essa dinâmica e promover um relacionamento equilibrado com a comida e com as nossas emoções.
Por exemplo, uma vez que você tenha consciência do comer emocional, é importante identificar quais emoções desencadeiam esse comportamento. Faça a si mesma, perguntas como “Por que estou comendo agora?” e “O que estou sentindo neste momento?”. A chave para superar o comer emocional disfuncional reside em encontrar estratégias para identificar o que está se passando conosco.
Praticar a atenção plena, que é também conhecida como mindfulness, também pode ajudar nesse processo de reconhecimento das emoções e sensações corporais. Durante as refeições, pratique o mindfulness para se conectar ao momento presente, libertando-se de pensamentos exaustivos.
Atividades que combatem o estresse
A prática de atividades que façam com que você se sinta bem também é peça chave: exercícios físicos como boxe, yoga, ballet, ler um livro envolvente ou ouvir uma boa música, por exemplo, podem ser formas poderosas de distrair-se e liberar um pouco da tensão do dia a dia e encaixar essas atividades na sua rotina é importante para que você consiga aliviar o estresse e a ansiedade, sem recorrer à comida de forma impulsiva.
Por fim, reforço aqui que problemas alimentares requerem cuidados especiais. Não hesite em procurar ajuda profissional. O comer emocional é um desafio, mas com autoconhecimento, estratégias adequadas e apoio multidisciplinar é possível reverter. Lembre-se de que é um processo contínuo, em que é superimportante celebrar cada pequena conquista!