Os desafios de cuidarmos de nossa educação de maneira continuada decorrem, de um lado, do novo formato das relações do homem com o mundo, especialmente no que diz respeito ao atendimento às necessidades sociais por formação adequada e eficaz, e de outro lado, das mudanças por que passa o mundo em função da rapidez das comunicações e dos avanços tecnológicos com impacto relevante na natureza das relações humanas e das expectativas de atendimento ao que o mercado de trabalho requer de cada um de nós.
O mundo está mudando com uma rapidez incrível e com intensidade cada vez maior. A mudança sempre existiu, mas não com o volume, rapidez e impacto que ocorre hoje. Nesse sentido, precisamos ressignificar o valor dos conhecimentos que trazemos e mostrar nossa capacidade de adaptação e de aprendizagem, respondendo às demandas por estarmos preparados para esse novo contexto, a que alguns têm chamado de mundo BANI, um acrônimo de Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible; em português, Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível. Hoje, na era da informação e das comunicações, podemos dizer que o que acontecia em décadas passou a acontecer em segundos.
Novas posturas
O presente nos escapa da mão, pois vivemos uma realidade disruptiva e volátil em que a imprevisibilidade é a única certeza que temos. Dessa forma, as mudanças nas condições objetivas de vida refletem-se na emergência de novas posturas, seja ao tomar decisões sobre como investir em uma formação que seja relevante para nos posicionarmos diante desse cenário, seja ao tomar consciência de que a aprendizagem hoje se dá em redes colaborativas. Esse novo contexto nos impulsiona a refletir sobre diferentes questões: Que mundo imprevisível é esse? Por que tantas mudanças? Estou preparado para aprender e me adaptar a novas conjunturas? Como me conectar com as outras pessoas para além do mundo virtual, estabelecendo os laços tão necessários à convivência humana?
Cotidianamente, temos ideias para mudar nossas vidas para melhor: deixaremos de procrastinar; faremos atividades físicas; melhoraremos nossa alimentação; economizaremos para um determinado fim; faremos algum trabalho voluntário… No ano novo então… Quantos propósitos! Mas quantos deles se tornam realidade? Quantos são postos em prática? É preciso, portanto, nos mover em direção a novas formas de agir e de atuar no mundo, tomando como pressuposto que as dinâmicas sociais que nos movem sofrem o impacto do quanto estamos agindo em prol de mudanças que considerem a humanidade que trazemos em nós como ponto crucial para uma educação que nos beneficie, mas também beneficie a coletividade.