O mundo amanheceu mais tenso nesta sexta-feira (13) após Israel bombardear instalações militares e nucleares no Irã. A ação provocou reações imediatas de líderes globais, escancarando as divisões geopolíticas sobre o conflito no Oriente Médio.
China e Rússia criticaram duramente a ofensiva, destacando os riscos à estabilidade regional e ao diálogo diplomático. Para Pequim, o ataque fere a soberania do Irã e agrava um cenário já delicado.
O aumento repentino das tensões não interessa a ninguém, declarou o porta-voz chinês Lin Jian.
Moscou também foi direta. O Kremlin classificou a operação como “cínica” e alertou para os impactos no processo de negociação entre Teerã e Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano. Segundo o governo russo, o caminho militar apenas afasta soluções diplomáticas.
Na mesma linha, a Liga Árabe, que reúne 22 países de maioria muçulmana, repudiou os ataques israelenses, chamando-os de “flagrante violação do direito internacional”. A entidade teme que a escalada leve a um conflito ainda mais amplo no Oriente Médio.
Estados Unidos e França, por outro lado, demonstraram apoio a Israel. O presidente americano Donald Trump elogiou a ação e afirmou que novas investidas podem ocorrer se o Irã não recuar. “Eles foram atingidos com força. E há mais por vir”, disse, em tom ameaçador.
Paris adotou postura semelhante, defendendo o direito de Israel à segurança, mas reforçando a necessidade de evitar uma escalada perigosa.
A estabilidade regional está em jogo, alertou o governo francês.
Outros países optaram por uma posição mais cautelosa. Reino Unido, Índia e União Europeia não condenaram o ataque, mas pediram contenção e retorno à diplomacia. A Índia se mostrou preocupada e ofereceu apoio para uma saída pacífica.
Mantemos relações próximas com ambos os lados, destacou Nova Délhi.
O Brasil também se manifestou, condenando a ação de Israel. Para o Itamaraty, o ataque representa uma grave violação do direito internacional e da soberania iraniana.
No centro da disputa, está o programa nuclear do Irã. Teerã afirma usar tecnologia atômica apenas para fins pacíficos. Já Israel acusa o regime iraniano de desenvolver armas nucleares em segredo. O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, mas enfrenta desconfiança de países ocidentais e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que aponta falta de cooperação.
Enquanto líderes do mundo trocam declarações e definem lados, cresce o temor de um novo conflito armado no Oriente Médio. A diplomacia, mais uma vez, é colocada à prova em um cenário onde cada palavra pode acender ou apagar o pavio da guerra.