Criado em 2020 para enfrentar a crise alimentar provocada pela pandemia de covid-19, o Cartão Prato Cheio completa cinco anos consolidado como uma das mais relevantes políticas públicas do Distrito Federal. O programa já atendeu mais de 560 mil famílias e, para marcar a data, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou medidas importantes: o valor do benefício subirá de R$ 250 para R$ 280 em setembro; o tempo de concessão será ampliado de nove para 18 meses; e o número de famílias contempladas crescerá de 100 mil para 130 mil, a partir de 1º de junho.
O governador Ibaneis Rocha oficializou as novidades durante evento comemorativo em Ceilândia, região que concentra 14,8% dos beneficiários. “É uma alegria muito grande comemorar cinco anos desse projeto exitoso, que chega diretamente às famílias”, afirmou. Ele destacou que, com o valor atual, cada família consegue adquirir até três cestas básicas, garantindo segurança alimentar. “A grande obra que fazemos é cuidar da vida das pessoas”, resumiu, ao mencionar também novos investimentos em creches, escolas e hospitais, além do anúncio de novas unidades de pronto atendimento (UPAs).
Mais do que assistência, autonomia
O Cartão Prato Cheio substituiu as tradicionais cestas básicas, promovendo dignidade e autonomia. Beneficiários podem escolher onde comprar e quais alimentos levar para casa, conforme suas necessidades. A primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, considerada a madrinha da assistência social no DF, reforçou esse impacto: “O que era só um socorro emergencial virou a maior política pública de segurança alimentar do país. Muitas mães, pela primeira vez, puderam escolher qual iogurte dar aos filhos”.
Atualmente, 100 mil famílias recebem o benefício, alcançando cerca de 520 mil pessoas. A previsão para 2025 é ainda mais robusta: R$ 300 milhões investidos para beneficiar mais de 1,2 milhão de cidadãos.
Fomento à economia local
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, o programa vai além da segurança alimentar: impulsiona a economia e fortalece a agricultura familiar. “Esse é o maior programa social que o DF já teve. É um investimento que transforma vidas, porque não se fala em autonomia sem antes matar a fome”, enfatizou.
Quem já integra o programa terá a concessão automaticamente estendida para 18 meses. Ao fim desse período, será necessária nova avaliação socioassistencial, caso a família ainda enfrente insegurança alimentar.
Impacto na vida real
O programa mudou a rotina de muitas famílias, como a da cuidadora de idosos Carla Rodrigues, de 32 anos.
Tenho cinco filhos e, sem trabalhar, o benefício me ajuda a garantir a comida deles. Ainda sobra um pouco para passear com eles aos domingos, contou, referindo-se também ao transporte gratuito oferecido pelo programa Vai de Graça.
A dona de casa Helen Matias, de 24 anos, também compartilhou como o Cartão transformou sua realidade: “Antes, precisava pedir ajuda à minha mãe. Agora, compro o que preciso: arroz, feijão e cuscuz. É uma ajuda e tanto”. Já para a diarista Clediane Rodrigues, de 44 anos, o benefício representa segurança e perspectivas: “Consigo comprar até eletrodomésticos que faltam em casa. Não tenho vergonha de dizer que sou beneficiária, porque só eu sei o quanto isso me ajuda”.
Como acessar o benefício
Famílias em situação de insegurança alimentar e renda per capita inferior a meio salário mínimo podem participar, desde que estejam inscritas no Cadastro Único ou no Sistema da Assistência Social da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e residam no Distrito Federal.
Para consultar se foi contemplado, o interessado deve acessar o site do GDF Social e aguardar a retirada do cartão no Banco de Brasília (BRB), responsável pela sua emissão.
Mais informações estão disponíveis no portal da Sedes-DF.