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Síndrome Mão-Pé-Boca: infecção infantil que exige atenção e cuidado

A síndrome é altamente contagiosa, transmitida por contato direto com saliva, secreções respiratórias, fezes ou bolhas da pele

Dr. Tiago Oyama
Por Dr. Tiago Oyama  - Pediatra 3 Min Leitura
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Lesões nas mãos, pés e boca são sinais clássicos da síndrome mão-pé-boca, infecção viral comum na infância que exige cuidados e isolamentoImagem: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
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A síndrome mão-pé-boca é uma infecção viral comum na infância, especialmente entre crianças de 6 meses a 5 anos. Embora geralmente benigna e autolimitada, ela pode causar bastante desconforto e preocupação entre os pais. Entender suas características é fundamental para um cuidado adequado.

Causa

Causada principalmente pelo vírus Coxsackie A16 (um tipo de enterovírus), essa síndrome é altamente contagiosa, transmitida por contato direto com saliva, secreções respiratórias, fezes ou bolhas da pele. Ambientes escolares e creches são locais comuns de surtos, devido à proximidade entre as crianças.

Sintomas

Os primeiros sintomas costumam ser inespecíficos: febre baixa, mal-estar, dor de garganta e falta de apetite. Após um ou dois dias, surgem pequenas lesões avermelhadas na mucosa da boca, especialmente na língua, bochechas e gengivas, que se transformam em aftas dolorosas.

Quase simultaneamente ou logo depois, aparecem manchas ou pequenas bolhas nas palmas das mãos, solas dos pés e, ocasionalmente, nas nádegas e na região genital. Essas lesões não coçam, mas podem causar desconforto, principalmente ao caminhar ou manipular objetos.

Tratamento

Apesar do aspecto que impressiona, o quadro é autolimitado e tende a desaparecer em até 10 dias. O tratamento é sintomático: controlar a febre com antitérmicos, garantir boa hidratação e oferecer alimentos mais líquidos e frios para aliviar a dor bucal.

Embora complicações sejam raras, atenção deve ser redobrada se a criança apresentar sinais de desidratação (como boca seca, urina escassa ou sonolência), febre persistente por mais de três dias ou se houver piora das lesões, indicando infecção secundária.

O diagnóstico é clínico, feito pelo pediatra, baseado na história e no exame físico. Exames laboratoriais geralmente não são necessários, a não ser em situações atípicas ou para afastar outras doenças exantemáticas (como catapora ou herpes).

Medidas para evitar disseminação

É importante afastar a criança do convívio escolar durante o período mais contagioso, geralmente até o desaparecimento das lesões ou ao menos por 5 dias após o início dos sintomas. Higiene das mãos, limpeza de objetos compartilhados e evitar o contato com outras crianças são medidas eficazes para evitar a disseminação.

A síndrome mão-pé-boca é uma das muitas infecções virais da infância que, embora incômoda, tem evolução benigna. O papel do pediatra é orientar, acolher os pais e garantir que a criança passe por esse episódio da forma mais tranquila possível, sem riscos maiores à sua saúde.

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Posted by Dr. Tiago Oyama Pediatra
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Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (Campus Ribeirão Preto); Residência Médica em pediatria no Hospital das Clínicas da USP - Ribeirão Preto; Residência Médica em Terapia Intensiva Pediátrica; Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria; Especialista em Terapia Intensiva Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
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