Brasília viveu uma quarta-feira diferente. A Praça dos Três Poderes, tradicionalmente símbolo da política nacional, abriu espaço para celebrar a arte e a diversidade cultural, reunindo milhares de pessoas em um evento gratuito, promovido pelo Governo do Distrito Federal em parceria com o Supremo Tribunal Federal.
Pela primeira vez, o local recebeu um festival desse porte, com atrações que representaram a pluralidade brasileira. No palco, Maria Gadú, Ana Castela, Bell Marques, Diogo Nogueira e Frejat conduziram o público por diferentes estilos musicais, do samba ao sertanejo, passando pelo axé, MPB e rock.
“Foi um alinhamento de situações que permitiu esse momento: famílias, crianças, shows diversos… tudo aqui, nesse espaço de democracia e felicidade. Acho que conseguimos mostrar que a Praça dos Três Poderes também é lugar de alegria”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes.
O evento movimentou não apenas o público, mas também a economia local. Foram investidos R$ 3,5 milhões, com retorno esperado em setores como hotelaria, estrutura e geração de empregos. “Brasília se firma cada vez mais como um centro de grandes eventos”, acrescentou Abrantes.
Famílias ocupam a praça
O público respondeu com entusiasmo à proposta. Elaine Aragão, autônoma de 46 anos, levou a filha Letícia Valentina, de 11, para o primeiro show juntas. “Às vezes quero levá-la, mas fico insegura. Hoje, vi que tinha muita segurança, li sobre o evento a semana toda e decidimos vir. Ela veio por Ana Castela, eu, por Maria Gadú”, contou Elaine. Letícia não escondeu a felicidade: “Gosto muito da Ana, é minha cantora favorita”.
Mayza Carvalho, 17 anos, também elogiou a iniciativa. “Está sendo muito legal, fazia tempo que não ia a um festival assim. Está divertido”, comentou. Para o empresário Rogério Ayres, 52, o local escolhido trouxe memórias afetivas: “O Panteão está aqui, eu vinha quando era moleque. Relembrar isso é muito bacana”.
Mais do que música
A programação foi extensa e plural. Além dos shows, o público acompanhou oficinas, rodas de conversa e ações ligadas à diversidade cultural e à economia criativa. Entre os destaques, a palestra de Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (CUFA), e apresentações típicas, como o Boi de Seu Teodoro, patrimônio imaterial do DF.
Também marcaram presença representantes de embaixadas, batalhas de rimas, exposições de artesanato local e opções gastronômicas variadas. O evento contou com segurança reforçada, controle de acesso via Sympla e área reservada para pessoas com deficiência.
A celebração do Dia Mundial da Diversidade Cultural, com essa dimensão e nesse cenário icônico, marcou um novo capítulo para Brasília: a Praça dos Três Poderes mostrou que, além da política, é espaço de cultura, encontros e celebração das diferenças.