DF amplia proteção de recém-nascidos com vacina inédita contra doenças respiratórias

Com ação direta nas UTIs neonatais, novo protocolo inclui busca ativa por prematuros para aplicação do nirsevimabe, anticorpo que evita complicações como bronquiolite e pneumonia

Redação
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Agentes de saúde iniciam imunização com nirsevimabe em prematuros para prevenir infecções respiratórias graves no DFImagem: Arquivo/Agência Saúde-DF
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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal iniciou uma mobilização estratégica para proteger recém-nascidos prematuros contra infecções respiratórias graves. O foco é a aplicação do nirsevimabe, anticorpo aprovado pela Anvisa que previne doenças como bronquiolite e pneumonia, associadas ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por grande parte das internações nos primeiros meses de vida.

O público-alvo são bebês nascidos entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias de gestação, a partir de 1º de outubro de 2024. A vacinação já está em curso, com prioridade para recém-nascidos internados na rede pública. Nesses casos, o medicamento é administrado ainda no hospital, mediante prescrição padronizada. Para os demais, é preciso procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima com a caderneta de vacinação da criança.

O secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante, afirma que a medida visa reduzir a gravidade dos quadros respiratórios e aliviar a pressão sobre os leitos de UTI neonatal. “Fizemos o mapeamento das crianças elegíveis e os agentes comunitários estão realizando a busca ativa. Mas os pais também devem procurar os postos para garantir essa proteção aos seus filhos”, orienta.

Proteção ampliada

O Distrito Federal é pioneiro no país na aplicação do nirsevimabe. Desde abril, o medicamento vem sendo utilizado de forma preventiva como parte de uma nova política pública voltada à saúde neonatal. A tecnologia do anticorpo é considerada inovadora por oferecer proteção imediata, sem depender da resposta imunológica do organismo – um avanço especialmente relevante para prematuros.

A imunização também se estende aos bebês com menos de dois anos que tenham comorbidades, embora nesses casos o protocolo vigente mantenha o uso do palivizumabe. Esse medicamento segue indicado para crianças nascidas com menos de 32 semanas ou com condições como cardiopatias e displasia pulmonar. O nirsevimabe, portanto, complementa o esquema anterior, ampliando o alcance da proteção.

Para receber o imunizante fora do ambiente hospitalar, é necessário apresentar, além da caderneta, uma prescrição médica padronizada e o termo de consentimento assinado pelos responsáveis. Após a avaliação na UBS, o local de aplicação é indicado conforme a área de residência.

A nova estratégia do GDF representa um passo importante na prevenção de infecções respiratórias graves, com impacto direto na saúde dos bebês e no sistema público de saúde. A expectativa é que a iniciativa reduza significativamente complicações e internações entre os recém-nascidos mais vulneráveis.

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