O que se sabe sobre o blecaute que expôs fragilidades na rede elétrica europeia

Falha de grandes proporções paralisa serviços essenciais na Península Ibérica e repercute em países vizinhos; origem do problema ainda é investigada

Emilly Gomes
Por Emilly Gomes 3 Min Leitura
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Imagem: Reprodução
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Portugal e Espanha enfrentaram, nesta segunda-feira (28), um dos maiores apagões registrados nas últimas décadas. O corte abrupto no fornecimento de energia elétrica deixou cidades inteiras sem luz, afetou aeroportos, estradas, estações de trem e redes de telecomunicação. A falha se espalhou rapidamente para outros países europeus, como França, Alemanha, Suécia e Países Baixos, e mobilizou autoridades nacionais e operadores do sistema energético.

Em Madri, semáforos desligados causaram congestionamentos e colocaram motoristas em risco. Estações de metrô precisaram ser evacuadas às pressas, e em vários aeroportos, o embarque de passageiros foi feito manualmente. Em Lisboa, o governo recomendou cautela nas vias públicas devido ao risco de falha nos postes de iluminação e nos semáforos.

Segundo a operadora espanhola Red Eléctrica de España (REE), cerca de 15 gigawatts de geração elétrica foram perdidos em apenas cinco segundos — volume suficiente para alimentar milhões de residências. A empresa classificou o episódio como “sem precedentes”, mas ainda não apresentou uma explicação definitiva para a origem da falha. A operadora portuguesa REN afirmou que o fornecimento foi totalmente restabelecido já na manhã de terça-feira (29).

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, declarou que “nenhuma hipótese está descartada”. Técnicos seguem apurando se o problema foi causado por falha técnica, erro humano ou ataque cibernético.

A Europa opera um sistema interligado de transmissão elétrica, o que permite trocas de energia entre países, mas também amplia os efeitos de instabilidades regionais. Especialistas explicam que, embora robusta, essa rede não é imune a falhas repentinas — e o episódio desta semana ilustra essa vulnerabilidade.

Desinformação nas redes sociais

Além do impacto imediato nos serviços e na mobilidade urbana, o apagão foi acompanhado por uma onda de desinformação nas redes sociais. Vídeos e mensagens circularam com explicações não verificadas sobre as causas do blecaute, dificultando a atuação das autoridades e reforçando o clima de incerteza.

Na manhã de terça-feira, a REE informou que 99,16% do fornecimento elétrico havia sido restabelecido na Espanha. No entanto, algumas linhas ferroviárias continuavam suspensas. Três trens permaneciam parados, segundo o ministro dos Transportes, Óscar Puentes. A prioridade, segundo o governo, foi reativar os principais eixos suburbanos para garantir o deslocamento nas áreas mais afetadas.

Ainda não há previsão para a conclusão das investigações. O incidente reforça a necessidade de revisão nos protocolos de segurança e resposta rápida no sistema europeu de energia, diante de eventos com potencial de afetar milhões de pessoas em poucos minutos.

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