O que pode nos ensinar a perda de um Papa?

Se estamos vivos, sempre podemos aprender, nos educar, nos fazer melhores.!

Sandra Mara Bessa
Por Sandra Mara Bessa  - Professora 3 Min Leitura
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Mais do que um luto religioso, a despedida de Francisco abre espaço para refletirmos sobre respeito, humanidade e o valor do diálogo entre diferentesImagem: Reprodução
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Esta semana é uma semana de muita dor para os católicos que perderam seu líder, chefe de estado do Vaticano, o Papa Francisco. Figura notória por seus posicionamentos humanistas e em favor das minorias, a voz do Papa fará falta em nossa sociedade tão carente de paz, de harmonia, de respeito e de solidariedade. Para além do quanto foi importante para o mundo católico, Francisco também se notabilizou por sua habilidade em abrir diálogos e por sua coragem em dizer o que o mundo precisava ouvir em vários momentos.

Bons exemplos ensinam

Como educadora, não poderia deixar de pensar em como a repercussão pode nos servir a todos como forma de aprendizagem. E a resposta veio rápida, tendo em vista de que somos todos seres que aprendem muito pelos bons exemplos que temos. E, sem qualquer sombra de dúvidas, o Papa foi um bom exemplo ao atacar a corrupção, ao olhar para a diversidade, ao chamar atenção para a infâmia de guerras sobre aqueles que não têm como se defender, sobre a crise climática, sobre tantas fontes de sofrimento humano, como a fome, o machismo, os preconceitos tantos.

Diálogo inter-religioso

Sua morte pode ser transformada em um momento rico de reflexões. Podemos pensar na transitoriedade da vida e na fugacidade de nossos passos no mundo. O próprio Francisco nos disse: “estamos todos de passagem por aqui, somos todos imigrantes”. Quantas de suas falas têm vindo à tona nesse momento? Essa é uma porta aberta para pensarmos sobre as relações humanas, sobre as possibilidades de sermos melhores e de cobrarmos de nossos líderes religiosos, políticos e sociais um posicionamento firme contra tantas iniquidades.

Alguns incautos poderiam questionar o porquê de refletir sobre as falas de alguém que não é líder de sua religião. Eis que daí exatamente pode vir mais um de seus grandes ensinamentos: o do diálogo inter-religioso! Por que não podemos todos estar a ouvir uns aos outros em respeito pleno ao que cada um tem de melhor a nos dizer, pois que as trilhas são muitas para se chegar a um mesmo lugar? Eis o que Francisco nos ensina, em sua tão humilde e ao mesmo tempo gigantesca sabedoria, somos diferentes sim e não há nenhum problema nisso.

Por fim, podemos aprender que, por pensarmos diferente, não precisamos rotular o outro, e muito menos comemorar sua morte. Saber conviver com diferentes perspectivas pode ser muito enriquecedor e essa é uma aprendizagem que se pode dar em qualquer tempo e em qualquer lugar, posto que se, estamos vivos, sempre podemos aprender, nos educar, nos fazer melhores. E isso vale para todas as instâncias da vida!

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Posted by Sandra Mara Bessa Professora
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Gestora de projetos e especialista em Educação
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