Lula reafirma no Japão : “não adianta pedir anistia antes do julgamento”

Durante visita oficial ao Japão, presidente criticou pedidos de perdão de Bolsonaro e destacou a importância da democracia e da justiça

Redação
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Lula durante coletiva de imprensa em Tóquio, onde reafirmou o compromisso com a Justiça no caso envolvendo o ex-presidente Bolsonaro e destacou a importância de fortalecer as relações entre Brasil e JapãoImagem: Ricardo Stuckert / PR

Em meio à sua visita ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quarta-feira (26) – quinta-feira (27) no horário local –, sobre o processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de torná-los réus por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado.

Lula foi enfático ao afirmar que a Justiça brasileira está cumprindo seu papel ao aceitar a denúncia contra Bolsonaro e outros envolvidos, destacando a investigação detalhada realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O presidente mencionou ainda as evidências claras de um suposto envolvimento de Bolsonaro em atos que colocaram em risco a democracia do país, inclusive, em tentativas de assassinato de figuras políticas chave.

É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. As provas estão aí, afirmou Lula em coletiva de imprensa em Tóquio, onde cumpria agenda oficial.

O presidente também fez duras críticas ao ex-presidente Bolsonaro e a setores da oposição que defendem um perdão para os crimes em julgamento. Segundo Lula, pedir anistia antes do julgamento equivale a admitir culpa.

Críticas à tentativa de anistia

Lula seguiu destacando que, caso Bolsonaro se considere inocente, ele deve provar sua inocência ao invés de recorrer à anistia. Para o presidente, esses pedidos de perdão são uma forma de desviar a atenção da gravidade dos atos cometidos.

A visita de Lula ao Japão também foi marcada por uma série de encontros políticos e comerciais, incluindo reuniões com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e o imperador Naruhito. O presidente destacou a relevância do fortalecimento das relações entre os dois países, especialmente em tempos de crescente ameaça à democracia e ao multilateralismo. Ele afirmou que sua viagem teve como objetivo fortalecer o diálogo entre Brasil e Japão em temas de importância global, como a defesa da democracia e mudanças na governança mundial, com destaque para o Conselho de Segurança da ONU.

Ao avaliar a viagem, Lula ressaltou que esta foi a mais significativa que já fez ao Japão desde sua primeira visita em 1975, quando ainda era sindicalista. Ele mencionou também a importância de enfrentar o protecionismo e promover o livre comércio entre as duas nações, enquanto ambos os países se preparam para celebrar 130 anos de relações diplomáticas em 2025.

Além das reuniões de alto nível, o presidente também se encontrou com empresários e membros do movimento sindical, além de pesquisadores brasileiros no Japão. Agora, Lula segue para o Vietnã, onde realizará uma visita oficial antes de retornar ao Brasil.

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