O Distrito Federal deu um passo significativo na luta contra o analfabetismo e na melhoria da educação para jovens e adultos com o lançamento da Política Distrital para Superação do Analfabetismo e Qualificação da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O evento, realizado no auditório da Unidade-Escola de Formação Continuada dos Profissionais de Educação (Eape), reuniu autoridades do setor educacional, professores, gestores e estudantes, e foi conduzido pela Secretaria de Educação do DF (SEEDF) através da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos (Dieja).
A política surge como uma resposta ao Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, lançado pelo Ministério da Educação em 2024. O objetivo central é eliminar o analfabetismo no DF e garantir o acesso de todos à educação, independentemente da idade ou do contexto social. De acordo com dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), cerca de 1,7% da população local ainda enfrenta dificuldades com a leitura e escrita, o que impulsionou o desenvolvimento da política.
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, enfatizou que a proposta não é a de fechamento de escolas, mas de inclusão, ampliando a oferta de turmas e qualificando a educação pública. “Queremos tornar o DF livre do analfabetismo, garantir uma educação de qualidade e valorizar os profissionais que atuam na EJA”, afirmou. A SEEDF já conta com 20 mil estudantes matriculados e a previsão é de expansão com a abertura de 200 novas turmas, além de um aumento significativo na educação para o sistema prisional, que agora ocupa o 3º lugar, com a meta de chegar à liderança.
A valorização da EJA como prioridade
A subsecretária de Educação Básica, Iêdes Braga, também ressaltou a importância de dar visibilidade à EJA e à população que dela depende. Em seu discurso, ela destacou o compromisso da Secretaria em garantir que esse público não seja invisibilizado e citou o sucesso do programa Pé-de-Meia EJA, que já atendeu 2.846 estudantes desde agosto.
Um dos momentos mais tocantes do evento foi o depoimento de Maria dos Remédios da Silva, estudante de 47 anos, que compartilhou sua trajetória de superação. Natural do Piauí, Maria chegou ao DF sem saber ler ou escrever e, após iniciar os estudos na EJA, conseguiu aprender a ler, escrever e até identificar o nome de locais como “Sobradinho”, na Rodoviária do Plano. Sua história inspira aqueles que, como ela, buscam a alfabetização para transformar suas vidas.
Hoje, temos uma educação de qualidade, com suporte, recursos e, acima de tudo, com profissionais dedicados a transformar a realidade dos alunos, afirmou o professor, que presenciou avanços significativos na EJA ao longo dos anos.
A educação de jovens e adultos também depende dos professores, como destacou o docente Alessandro Reis, do Centro Educacional (CED) 04 do Guará.
Para fortalecer a formação de profissionais e alunos da EJA, a SEEDF oferece diversos programas, entre eles o Projovem Urbano e Campo, Saberes da Terra, o Programa DF Alfabetizado e o ProfsEJA, que oferece formação continuada para os educadores. Lilian Sena, diretora da Educação de Jovens e Adultos, destacou também o marco de 1.600 inscrições no ProfsEJA, comprovando o interesse e o compromisso dos profissionais com a educação continuada.
Com uma estratégia focada em inclusão e ampliação da oferta educacional, o governo do DF dá um passo importante para garantir que mais pessoas possam ter acesso ao conhecimento e transformar suas vidas, contribuindo para a erradicação do analfabetismo e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
