Na manhã desta terça-feira, 25 de fevereiro, Oscelina Moura de Oliveira, 45 anos, deixou o Hospital de Base do Distrito Federal após mais de um mês de intensivos cuidados médicos. Ela havia sido baleada pelo delegado da Polícia Civil do DF e seu empregador, Mikhail Rocha e Menezes, em um episódio de violência que chocou a capital. A paciente, visivelmente emocionada, expressou sua gratidão: “Vocês são anjos enviados por Deus. Todos aqui foram maravilhosos.”
Oscelina chegou ao hospital em estado grave, com múltiplas lesões em órgãos vitais, após ser alvejada no local de trabalho, na companhia do filho. Sua recuperação envolveu três cirurgias complexas e cuidados contínuos em diversas áreas, como cirurgia, fisioterapia e psicologia. Atualmente, embora ela ainda dependa de uma bolsa de colostomia e precise de acompanhamento para retomar a mobilidade, os médicos são otimistas quanto à recuperação completa.
Renato Lins, chefe do Trauma do Hospital de Base, relatou que a gravidade do caso foi evidente desde o primeiro atendimento, quando Oscelina chegou com sérias complicações. “A equipe se uniu desde o início para garantir que ela tivesse a melhor chance possível de recuperação. A estrutura do hospital foi fundamental, com salas de cirurgia sempre disponíveis e apoio multidisciplinar essencial durante todo o processo,” afirmou.
O apoio familiar no processo de recuperação
Para Oscelina, o apoio familiar também foi crucial. Seu filho, que presenciou o ataque, usou sua blusa para estancar o sangue da mãe, em um gesto de coragem que lhe rendeu agradecimentos de sua mãe. Já o esposo, Davi Roque Ribeiro, 52 anos, descreveu o momento de desespero após o atentado: “Foi como se meu corpo estivesse fora da terra. Era uma dor intensa e uma revolta sem explicação.”
Depois de receber os primeiros socorros no Hospital do Paranoá, Oscelina foi transferida para o Hospital de Base, onde uma equipe especializada em cirurgias de trauma iniciou o tratamento emergencial. O retorno de Oscelina à consciência na UTI foi um marco, e ela expressou sua gratidão: “Eu agradeci a Deus por estar viva.”
Davi, que acompanhou de perto a recuperação da esposa, não esconde a felicidade ao vê-la de volta para casa.
O dia mais feliz foi hoje, quando ela recebeu alta. Estou sem palavras para descrever essa alegria. Só posso agradecer à equipe do Hospital de Base, que demonstrou uma dedicação imensa. Todos aqui trabalham com o coração.
O chefe do Trauma, Renato Lins, também celebrou o sucesso do tratamento. “Ver a recuperação dela é gratificante para todos nós. A Oscelina passou por vários setores e, sempre que visitamos outros pacientes, todos perguntam por ela. A alta de um paciente como ela nos dá forças para continuar a nossa missão,” conclui o médico.