Os ovos de galinha ficaram até 40% mais caros desde meados de janeiro, tornando-se mais um peso no orçamento dos brasileiros. O aumento, apontado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), é consequência da combinação entre maior demanda e menor oferta no mercado.
Segundo Marcio Milan, vice-presidente da Abras, o período da Quaresma impulsiona o consumo, o que agrava o impacto dos reajustes. “Os supermercados vêm se preparando para atender à demanda sazonal, mas a limitação na oferta e os sucessivos aumentos de preço preocupam”, afirmou. Com a alta nos valores de outras proteínas, os ovos passaram a ser uma alternativa mais acessível para muitas famílias, reforçando a pressão sobre os preços.
Outro fator que afeta o consumidor é a redução do peso médio dos ovos. A mudança foi determinada pela Portaria SDA nº 1.179, publicada em setembro de 2024 pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Com a nova classificação, o peso médio dos ovos caiu quase 10 gramas, segundo a Abras, sem que o preço acompanhasse essa alteração para baixo.
Inflação dos alimentos segue em alta
O impacto no preço dos ovos reflete a tendência geral da inflação alimentar. Dados divulgados na terça-feira (11/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,16% em janeiro. Enquanto o setor de energia teve uma queda expressiva de 14,21%, o grupo de alimentos registrou alta de 0,96%, acumulando o quinto aumento consecutivo.
O IPCA, principal indicador da inflação no Brasil, influencia diretamente a taxa de juros definida pelo Banco Central. Ele mede a variação mensal de preços em setores como alimentação, transporte, habitação e educação, impactando diretamente o poder de compra da população.
Com o custo da comida em ascensão e a renda comprometida, os consumidores seguem buscando alternativas para equilibrar o orçamento, mas a disparada dos preços não dá trégua.