GDF fomenta conscientização sobre gravidez na adolescência

Campanha de sensibilização e suporte contínuo nas UBSs buscam reduzir índices e apoiar jovens durante o desenvolvimento emocional e social

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A campanha de conscientização promovida pelo GDF oferece orientação clínica e emocional nas UBSs e escolas do DF, destacando a importância da educação e do acesso a métodos contraceptivosImagem: Mariana Raphael/Arquivo Agência Saúde
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A gravidez na adolescência continua a ser um dos desafios mais urgentes na saúde pública do Distrito Federal. Em um esforço para enfrentar essa realidade, a Secretaria de Saúde (SES-DF) lança uma campanha de conscientização durante todo o mês de fevereiro, com distribuição de cartazes educativos em escolas e unidades de saúde. No entanto, o suporte oferecido vai muito além dessa ação pontual. Ao longo do ano, jovens contam com atendimento clínico e emocional nas 176 unidades básicas de saúde (UBSs) espalhadas pela capital.

A medida tem como objetivo fornecer informações cruciais sobre prevenção e cuidados. A SES-DF se utiliza de uma rede robusta de profissionais para garantir que adolescentes não só tenham acesso a métodos contraceptivos, como também a acolhimento integral. Psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e enfermeiros trabalham juntos para garantir uma abordagem que envolve os aspectos físicos e emocionais do jovem, com foco em seu desenvolvimento saudável.

Para Elizabeth Maulaz, assistente social da SES-DF, a gravidez precoce é uma fase complexa no desenvolvimento da adolescência.

É um ciclo de vida que exige preparação para lidar com questões emocionais e sociais que, idealmente, o jovem deveria enfrentar somente na fase adulta, explica.

Métodos Contraceptivos

A campanha enfatiza a importância do uso de métodos anticoncepcionais, como os Métodos Anticoncepcionais Reversíveis de Longa Duração (LARC), uma escolha popular entre os adolescentes. Estes métodos oferecem uma prevenção eficaz à gravidez sem necessidade de intervenções frequentes, como o Dispositivo Intrauterino (DIU). Para aqueles que buscam atendimento, as UBSs oferecem uma variedade de opções, com acompanhamento contínuo.

Apesar de todos os esforços, os números ainda preocupam. Em 2024, mais de 2.300 partos de menores de 18 anos foram registrados no DF. Nacionalmente, os dados são ainda mais alarmantes, com quase 2,6 milhões de partos em 2023, sendo 303 mil realizados em adolescentes, entre os quais 13,9 mil envolvem meninas entre 10 e 14 anos. Esse cenário reforça a necessidade urgente de educação e prevenção.

Além da educação formal nas unidades de saúde, instituições como o Adolescentro também desempenham um papel fundamental ao promover o diálogo aberto sobre os riscos da gravidez na adolescência. Cecília Vianna, ginecologista e obstetra da instituição, ressalta que a adolescência é um período de imaturidade, onde fatores como a instabilidade econômica podem influenciar na falta de preparação emocional e física para uma gestação.

Desafios e planejamento

Bibiana Coelho Monteiro, gerente do Adolescentro, enfatiza que a discussão sobre o tema não deve se restringir aos consultórios. “É necessário expandir esse debate para as escolas, as casas e os espaços comunitários onde os adolescentes estão. A educação sobre métodos contraceptivos ainda é um grande desafio na prevenção da gravidez não planejada, e suas consequências podem afetar profundamente a vida da jovem mãe e de seu filho”, observa.

A falta de informação sobre o uso de contraceptivos eficazes e a ausência de um planejamento reprodutivo adequado aumentam os riscos, não apenas para a saúde física, mas também para o desenvolvimento social e educacional das adolescentes. As complicações podem impactar a vida escolar das jovens, além de aumentar os riscos de morte materna e fetal.

Diante de um problema crescente, é essencial que tanto o poder público quanto a sociedade se unam para proporcionar a adolescentes as ferramentas necessárias para que possam tomar decisões informadas, prevenindo a gravidez precoce e seus impactos duradouros.

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