Lula propõe taxação de super-ricos e reforma global em discurso no G20

Presidente brasileiro critica desigualdades e defende mudanças em organismos internacionais durante a cúpula

Paulo Cesar Sampaio
Por Paulo Cesar Sampaio 2 Min Leitura
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Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a segunda sessão de debates da Cúpula do G20, realizada na segunda-feira (18), com um discurso enfático sobre a necessidade de taxar os super-ricos e reformar a governança global.

“A história do G20 está diretamente ligada aos choques na economia global nas últimas décadas. Em 2008, ações evitaram um colapso catastrófico, mas o impulso reformador não foi suficiente para corrigir os excessos da desregulação e a apologia do Estado mínimo. Naquele momento, optou-se por salvar bancos em vez de pessoas”, afirmou Lula.

O presidente também destacou a ineficiência dos organismos internacionais em lidar com conflitos e guerras. Segundo ele, a desigualdade alimenta ódio, extremismo e ameaça a democracia, enquanto a globalização neoliberal demonstrou seu fracasso. “O confronto não é inevitável. Negar isso é renunciar à nossa responsabilidade”, disse.

Lula criticou o Conselho de Segurança da ONU, defendendo sua reforma para incluir países do Sul global. “Do Iraque à Ucrânia, da Bósnia a Gaza, é evidente que nem toda vida tem o mesmo valor. Por isso, o Brasil propôs a revisão da Carta da ONU para refletir os novos tempos”, explicou.

Taxação global dos super-ricos

Durante o discurso, Lula reforçou a necessidade de revisar políticas financeiras que impactam desproporcionalmente países em desenvolvimento. Ele defendeu uma taxação de 2% sobre o patrimônio dos super-ricos, o que poderia gerar US$ 250 bilhões anuais para enfrentar desafios sociais e ambientais.

“A cooperação tributária internacional é essencial para reduzir desigualdades. Países africanos gastam mais com o serviço da dívida externa do que com infraestrutura, saúde e educação. Isso precisa mudar”, destacou.

Encerrando sua fala, Lula defendeu o fortalecimento do multilateralismo como resposta às crises globais. “Não devemos esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para implementar as transformações necessárias na ordem internacional”, concluiu.

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