A Resolução n° 02, de 15 de junho de 2012, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, destacando entre outros pontos que “O atributo ‘ambiental’ na tradição da Educação Ambiental brasileira e latino-americana não é empregado para especificar um tipo de educação, mas se constitui em elemento estruturante que demarca um campo político de valores e práticas, mobilizando atores sociais comprometidos com a prática político-pedagógica transformadora e emancipatória capaz de promover a ética e a cidadania ambiental”. O que chama atenção é o fato de que essas diretrizes são de 2012 e, hoje, vivenciamos uma crise agravada desse contexto que nos permite questionar a efetividade do que se tem feito em termos de educação ambiental.
Violência e degradação ambiental
Nesse sentido, somos todos e todas chamados/as a refletir sobre os caminhos que precisamos trilhar para alterar o atual estado de violência e de degradação ambiental que vivenciamos em nosso país, especialmente se considerarmos que a maior parte dos incêndios têm como mote a ação humana. Há que se questionar ainda sobre o nível de insensibilidade socioambiental, que verificamos com certa facilidade, ao analisarmos a incapacidade de alguns diante dos impactos da destruição do espaço natural para a saúde humana e para o respeito com a flora e a fauna, destruídos sem qualquer constrangimento para atender a interesses econômicos em detrimento da qualidade de vida da maior parte das pessoas.
Aprender a partir da emocionalidade
Talvez o caminho seja mais simples do que pensamos. Por meio da educação, devemos resgatar a humanidade que há em nós e que gera aversão ao desamor pelo outro e pelo planeta. E, para educar, precisamos nos conectar com o outro e com o meio ambiente. Entre tantos fatores, somos condicionados a aprender a partir de nossa emocionalidade. Esse pressuposto, pressupõe a imprescindibilidade de ampliar nosso olhar para pensar as crises que vivenciamos, sejam elas sociais e ambientais, a partir da promoção dessa conexão
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E a esse sentimento de amor pela vida, em suas inúmeras manifestações, que chamamos de biofilia. Essa propositura implica recorrer a um “aprender a transcender”, entendendo a experiência de vida coletiva para além de uma busca insana por consumo, mas em sua possibilidade de congraçamento entre todos que aqui vivem e, dessa forma, diante da indignação perante a morte, o fogo, a insensibilidade, sermos impelidos a defender aqueles que amamos em toda a sua diversidade como partes de um todo complexo. Eis que, para tanto, precisamos nos perguntar: podemos amar quem não conhecemos de fato?