Em menos de uma semana, o percentual de mulheres mortas por ex-companheiros, maridos ou namorados apenas por serem mulheres, o crime definido como feminicídio, pode ter crescido 20% no Distrito Federal. Isso porque entre a sexta-feira (23) e a quinta-feira (29) mais duas mulheres entraram para essa terrível estatística. Agora são 14 só este ano.
A 13ª mulher assassinada este ano no Distrito Federal foi Daíra dos Santos Rodrigues (22), seu ex-companheiro, Ian de Jesus Oliveira (26) que foi preso pela Polícia Civil do DF em um hotel em Formosa de Goiás. Quem tiver informações sobre ameaças, brigas e tentativas de feminicídio no Distrito Federal pode fazer denúncia anônima no 190 ou 180.
Segundo testemunhas e vizinhos de Daíra, ela teve um relacionamento de nove meses com Ian. Nesse período ele a agrediu por duas vezes. A última, há três meses ele quase cometeu o assassinato. Daíra o denunciou, afastou-se dele e pediu medida protetiva, que ele não cumpriu porque não recebeu a notificação judicial, já que trocou de endereço. Segundo as pessoas que acompanharam a vida do casal, a medida protetiva também não adiantaria.
Invasão e morte
Talvez a prova de que a população tem razão seja exatamente o modus operandi de Ian. Ele invadiu a casa da mãe de Dária, trancou-se no quarto com ela e lá desferiu vários golpes de faca contra a ex-namorada que não o queria mais. Após o crime ele fugiu e acabou sendo preso na tarde da segunda-feira (26).
Corpo carbonizado
O 14º feminicídio que ainda está em fase de identificação e confirmação pode ser o de uma mulher, com aparentemente 30 anos, cujo corpo foi encontrado carbonizado e com perfurações na quarta-feira (28), em uma vala em Ceilândia. A polícia chegou ao local por denúncias anônimas, o corpo foi recolhido e levado para o Instituto Médico Legal.