Aprendências que importam

É necessário considerar as demandas de aprendizagem daquele a quem ensinamos, equilibrando o que consideramos importante e o que outro deseja ou precisa aprender

Sandra Mara Bessa
Por Sandra Mara Bessa  - Professora 3 Min Leitura
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Imagem: Adobe Stock
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Antes de escrever a coluna dessa semana, deparei-me com um vídeo cujo título anunciava: “Cão de duas patas ensina outro igual a se levantar”. E é muito interessante perceber que de fato o tal cão exercitava a ação de ensinar na medida em que intencionalmente se dispunha a mostrar ao outro como fazer para se levantar. O cão professor demonstrava na prática como fazer e observava o desempenho do outro, retomando o ensinamento. Fiquei a me perguntar o quanto a metodologia escolhida se assemelha ao que nossos autores de mais elevada estirpe defendem sobre a educação.

A aprendizagem, que assim se dá, é minimamente relevante sob a perspectiva do quanto partir de modelos pode nos fazer compreender que, seja por meio da análise do contexto ou mesmo da verificação da viabilidade do processo aprendido, os conceitos ou teorias podem ser aplicados para solucionar problemas. Dito de outra forma, ao cão aprendiz é dada a condição de compreender uma explicação sobre como deveria, passo a passo, exercer a força para se erguer. Ou seja, a aprendizagem se deu por meio da interação com o outro e das vivências decorrentes dessa interação.

Humanização do processo educativo

Nesse sentido, a escola, de maneira geral, tende muito mais a optar por metodologias em que a explanação sobre a realidade prevalece do que por optar por criar espaços de prática, como os famosos espaços maker, utilizados em várias escolas na atualidade. Dessa forma, vale aqui relembrar teóricos como Piaget, Montessori, Vygotsky, Wallon e Steiner (método Waldorf), cujas teorias trazem como ponto comum a humanização do processo educativo; a educação integral; o valor das interações com o outro e com o ambiente.

Ainda, à revelia de métodos escolhidos, quero voltar aos modelos. Muitas vezes, erramos ao ensinar quando partimos do pressuposto de que o outro já detém um conhecimento prévio específico que lhe permitirá aprender o que dizemos. E evidentemente isso não é verdade. Nem todos estamos saindo do mesmo ponto de partida, nem todos percebemos a realidade da mesma forma… A história do cão professor nos faz, desta feita, refletir sobre a importância de considerar as demandas de aprendizagem daquele a quem ensinamos, equilibrando o que consideramos importante e o que outro deseja ou precisa aprender. Só assim o que trazemos de novo se tornará efetivamente significativo. E nossa memória nos conta, e nem faz segredo, só guardamos aquilo que nos importa ou impacta num determinado momento.

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Posted by Sandra Mara Bessa Professora
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Gestora de projetos e especialista em Educação
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