É comum encontrar entusiastas nas academias animados com os pré-treinos turbinados com cafeína, que prometem resultados mais rápidos. Nas redes sociais, vídeos sobre seus “efeitos milagrosos” são populares, inclusive entre adolescentes. Contudo, é preciso ter cuidado, pois esses suplementos, vendidos em cápsulas ou como bebidas, não são adequados para todos.
Os pré-treinos, estimulantes que têm na cafeína sua principal base, podem ser adquiridos sem prescrição médica, mas não são isentos de riscos. Arritmia, palpitação, ansiedade e aumento da adrenalina são alguns dos sintomas relatados por quem consome esses produtos sem orientação profissional. As doses de cafeína presentes em algumas bebidas e cápsulas chegam a alcançar 300 mg, quase atingindo o limite diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 400 mg.
No entanto, para aqueles com problemas cardíacos, o uso desses suplementos pode ser fatal. Especialistas alertam que a cafeína como pré-treino é indicada apenas para atletas profissionais que competem em níveis elevados. Para esses atletas, cada milésimo de segundo pode fazer a diferença no pódio. No entanto, a questão que se coloca é: vale a pena arriscar a saúde para melhorar alguns segundos em uma corrida na esteira?
Bruno Gualdano, professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP em uma entrevista para o G1, enfatiza que a cafeína como pré-treino não transforma amadores em atletas profissionais, e ressalta os diversos riscos associados ao uso desses estimulantes sem a devida orientação médica.