Vivemos um momento muito peculiar no que tange às relações humanas e como estas relações estão impactando em nosso modo de ver o mundo e a vida. A premência por produtividade no trabalho, as demandas por atualização profissional constante e a urgência de garantir sustentabilidade financeira são características típicas da sociedade contemporânea. Essa realidade tem suscitado discussões sobre a necessária dedicação de tempo pelos pais que deveriam priorizar relações saudáveis com os filhos.
Para além dessas obrigações profissionais e dos compromissos sociais, evidencia-se a crescente presença da tecnologia em nosso cotidiano. Esse fator em especial nos impõe a adoção de comportamentos em que relegamos a interação com os filhos para um segundo plano. No entanto, é fundamental que os pais reconheçam a importância intrínseca de criar espaços para a convivência familiar, tendo em vista que a infância é uma fase crucial de desenvolvimento, e os pais desempenham um papel insubstituível como orientadores e modelos nesse processo de educar.
Esse investimento não apenas fornece suporte emocional, mas também serve como espaço profícuo para transmitir valores, princípios e comportamentos que serão internalizados pelas crianças ao longo de suas vidas. A construção do caráter e da confiança ocorre organicamente nos momentos compartilhados, tornando a presença dos pais um elemento fundamental nesse contexto. A qualidade desse tempo deve superar, de longe, a quantidade, e é nos momentos dedicados à presença e atenção exclusivas que florescem os alicerces de uma relação sólida e amorosa.
Qualificando o tempo com os filhos
A questão que se coloca é: como qualificar esse tempo? Em primeiro lugar, investindo na comunicação. Essa é uma habilidade essencial que se nutre da interação contínua entre pais e filhos. A troca aberta de ideias, sentimentos e experiências fortalece os laços familiares, criando um ambiente em que as crianças se sentem seguras para expressar suas emoções e pensamentos. A falta desse diálogo pode resultar em lacunas na compreensão mútua, comprometendo a capacidade dos pais orientarem seus filhos. Uma comunicação autêntica e afetiva deve, assim, ser exercitada insistentemente.
Outro ponto importante está em promover momentos de dedicação exclusiva aos filhos, longe das distrações digitais. Por isso, reservar momentos de qualidade não deve ser visto como um luxo, mas sim como uma necessidade essencial, posto que isso não apenas enriquece a vida familiar, mas também influencia positivamente o desenvolvimento holístico das crianças. É uma garantia de que, no futuro, quando olharem para trás, eles verão não apenas pais dedicados, mas também os arquitetos de um ambiente seguro que os preparou para um projeto de vida pautado na confiança, empatia e resiliência.
