Ao longo da história da humanidade, as pessoas estão utilizando as tecnologias para facilitar suas atividades. Nesse momento, no entanto, as inovações tecnológicas estão ampliando seu impacto, alterando nossos modos de ver e de viver, tendo em vista a rapidez e as enormes implicações dessas mudanças.
Um grande exemplo disso é a utilização da inteligência artificial (IA), área de conhecimento da Ciência da Computação que estuda sistemas capazes de executar tarefas complexas que eram antes exclusivas de seres humanos. Dentre ações e tarefas possíveis, estão a aprendizagem; raciocínio lógico; compreensão e geração de textos; reconhecimento de voz e imagem; tomada de decisão e resolução de problemas.
O ChatGPT é um exemplo de ferramenta que interage com as pessoas e fornece soluções em texto a partir de diferentes demandas e orientações. É capaz de realizar pesquisas, escrever artigos e conteúdos diversos, criar histórias, responder a dúvidas, resolver problemas matemáticos, entre outras coisas. Utiliza uma linguagem simples, objetiva e articulada bastante similar à linguagem humana em diferentes línguas. O cadastro é simples e permite acesso via computadores ou celulares.
As ferramentas disponibilizadas com fundamento na IA têm gerado inúmeros questionamentos e dúvidas entre pais e educadores. Afinal, como será a educação de crianças e jovens com acesso fácil a softwares que resolvem problemas matemáticos e escrevem textos por eles, realizando pesquisas e entregando trabalhos prontos? A primeira coisa a se pensar é que as tecnologias digitais de educação implicam mais do que buscar dados ou virtualizar a realidade presencial.
Não é à-toa, portanto, que estas ferramentas gerem preocupação para pais e professores quando trata da realização das tarefas e como podem impactar negativamente na aprendizagem. Como um aluno aprenderá escrever textos se o computador os fará por ele? Nesse caso, a falta de exercício impedirá, sem dúvidas, a aprendizagem. Por outro lado, o software poderá ser utilizado para revisar um texto ou um cálculo, o que significará ganho de tempo e autonomia para o aluno. Há ainda outras críticas como a desatualização de dados e a ausência de indicação das fontes de informação.
Tecnologias e benefício
Como se pode perceber, esse contexto exige a alteração das formas de aprender e de ensinar. Utilizar as tecnologias em benefício da aprendizagem, considerando as possibilidades de uma atuação mais relevante de alunos e de professores. Tais ferramentas podem ser utilizadas, por exemplo, como mecanismos inteligentes de pesquisa na produção de textos; na solução de dúvidas; na organização de esquemas ou resumos; na conferência de problemas matemáticos ou similares; na tradução de textos; entre tantas outras possibilidades. Se as atividades são direcionadas, não há porque pensar em cópias, em plágios ou em não aprendizagem.
Enfim, o que se requer é o uso adequado e criativo dessas ferramentas por meio da personalização das aprendizagens, de feedbacks bem estruturados, de orientação pertinente e de adaptação a novos cenários em que os espaços educativos estejam preparados para lidar com uma geração que achará muito natural utilizar todas essas tecnologias ao construir sua aprendizagem.