Em alusão ao Dia Nacional e Mundial de Doação do Leite Humano, celebrado nesta sexta-feira (19), data instituída pela Lei n.º 13.227/2015, a equipe do banco de leite do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) preparou um momento de conscientização ao aleitamento materno e incentivo à doação de leite no jardim da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal na última quarta-feira (17).
As 12 mães que compareceram e participaram do bate-papo, no jardim da unidade hospitalar, aprenderam sobre a importância e o impacto da doação de leite para o bebê, a posição canguru para os recém-nascidos, além de receberem recomendações sobre como produzir mais leite materno. “O leite humano é ouro. O colostro [primeiro leite produzido quando a mãe começa a amamentar]… principalmente os bebezinhos novinhos, de até 20 dias, a gente fala que ele tem o colostro, o ouro líquido”, explicou a chefe do banco de leite do HRSM, Maria Helena Santos Farias.
Proteínas e anticorpos produzidos no leite estão entre os principais benefícios para o bebê. “O seu leite produzirá todas as células necessárias para combater a infecção do seu bebê naquele momento”, acrescentou Farias. Além dos benefícios do leite materno para o bebê, a posição canguru, que consiste em posicionar o recém-nascido verticalmente junto ao tórax de um dos pais, reforçando o contato pele a pele, também foi incentivada durante o momento de conscientização com as mães.
“Para ser eficaz, a gente pede para a mãezinha ficar com o bebê na região do busto, só de fraldinha para ter o contato pele a pele com a mãe em torno de 40 minutos a uma hora”, explicou a enfermeira da UTI Neonatal Fernanda Larissa de Farias Gonçalves. “O pai pode aderir também”, diz. Redução do estresse e da dor, estabilização do batimento cardíaco, da oxigenação e da temperatura do corpo estão entre os benefícios para o bebê.
Para Maria Claudia da Silva Pereira Colaci, 39 anos, mãe de Daniel, de 37 semanas, é gratificante receber leite materno e ver a vida do filho ser beneficiada. “Ele tentou ir para o peito, mas não conseguia sugar porque nasceu com um probleminha no coração. Então, ele teve que receber do banco de leite”, explicou.
Colaci não vê apenas os frutos para quem receber, mas para quem doa também. “Como já tínhamos muito leite, a gente começou a doar também para outras mãezinhas, porque é importante. E, como eu recebia, vi a importância de outros bebês receberem também”, ressaltou Colaci. De janeiro a abril deste ano, o banco de leite do HRSM coletou 893 litros, impactando a vida de 262 recém-nascidos.
Referência em partos de alto risco, o HRSM conta com maternidade, banco de leite e UTI Neonatal. Em relação ao banco de leite, de janeiro a abril deste ano, totalizou 10.299 atendimentos, obtendo uma média mensal de 2.575 atendimentos. Entre os realizados pelo setor está a captação de leite humano por meio das doadoras, o processamento do leite que chega aos recém-nascidos na UTI Neonatal e maternidade, o manejo do aleitamento materno, entre outros.
Os atendimentos do banco de leite do HRSM são realizados diariamente na maternidade, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN), na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa) e no centro obstétrico. O setor funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e nos sábados e domingos, das 7h às 13h.
Como doar?
A mãe ou familiar pode entrar em contato por meio do número 160, opção 4, ou fazer o cadastro no site Amamenta Brasília. A orientação para doação é armazenar o leite em frasco de vidro com tampa de plástico.
“Toda mãe que amamenta pode ser uma doadora. Nós vamos entrar em contato com ela, se ela não tiver pote, a gente entrega o potinho para ela”, explicou Farias. “Se ela já tiver, a gente recolhe este leite e traz até o Banco de Leite. Nós temos parceria com o Corpo de Bombeiros que vai até a casa dessa mãe”, completou.
Os pré-requisitos para poder doar são: não usar medicamentos incompatíveis com a amamentação, realizar exames específicos no caso de não ter feito o pré-natal, abstenção de álcool e drogas ilícitas, estar amamentando ou ordenhando leite para o próprio filho, ser saudável e apresentar exames pré ou pós-natal compatíveis com a doação de leite ordenhado.