Desde 2017 o Brasil é considerado o país mais ansioso do globo terrestre e os índices não param de crescer, principalmente após o início da pandemia do Covid-19, neste período muitos brasileiros desenvolveram sintomas ansiosos e outros tiveram os sintomas já existentes acentuados e a piora nos quadros de transtornos de ansiedade.
Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mostra que na pandemia a taxa de ansiedade entre os brasileiros chegaram a 80%, de acordo com OMS 19 milhões de brasileiros têm algum tipo de transtorno de ansiedade, os mais comuns são: fobias, transtorno de ansiedade generalizado, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome do pânico e transtorno obsessivo compulsivo.
Ansiedade
A ansiedade é uma reação normal esperada em algumas situações, pode ser considerada também um mecanismo de sobrevivência para lidar com situações de perigo ou como um tipo de expectativa em relação ao que está por vir, assim a melhor forma de avaliar se a ansiedade é normal ou patológica é considerando a frequência, intensidade e a duração.
Pós-pandemia
Após quase dois anos de pandemia e ainda em meio a uma, nunca tivemos tantas pessoas ansiosas, diante da gravidade do cenário e das consequências de todo estresse, medo e insegurança, já era de se esperar que o adoecimento mental aumentasse, assim especialistas alertam para uma pandemia de transtornos mentais ainda silenciosa. Muitos são os fatores que contribuem para o aumento da ansiedade nos tempos modernos.
As preocupações com o futuro, o desemprego, o medo do contágio com a Covid-19, a preocupação com os familiares, o medo da morte e o aumento das horas de acesso à internet, têm contribuído para o aumento do adoecimento mental dos brasileiros.
Tratamentos
Embora hoje existam muito mais informações sobre as doenças mentais e meios modernos de tratamento, o adoecimento mental ainda é visto com bastante preconceito, levando a vergonha e a não procura por tratamento, fazendo com que haja o agravamento dos transtornos.
Estilo de vida saudável Hábitos saudáveis como adoção de padrões de sono saudáveis, a prática de exercícios físicos regulares, o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e resolução de problemas, maior flexibilidade para lidar com mudanças e a busca pelo crescimento emocional podem contribuir de forma importante para a diminuição da ansiedade.
Muitas vezes não reconhecida como prioridade, a saúde mental no Brasil se tornou uma questão de saúde pública, e a prevenção ainda é o melhor caminho, porém, se a ansiedade já está trazendo impacto no seu dia a dia, é necessário o apoio de profissionais de saúde mental como Psiquiatra e psicólogos que podem ajudar por terapia ou prescrição de medicamentos para diminuição da ansiedade, caso seja necessário.
Através da terapia o indivíduo tem a oportunidade de avaliar a sua forma de pensar sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mudo, a maneira como pensamos sobre esses três aspectos e as interpretações que damos as situações da vida muitas das vezes nos leva ao excesso de medo e preocupação, assim ressaltamos também a importância da aquisição de resiliência em tempos de tantas mudanças.
Readaptação
Se avaliarmos que no início da pandemia mudamos nosso modo de viver para frear a contaminação pelo, Covid-19, recentemente mudamos para readaptarmos ao trabalho e escola presencialmente, e talvez tenhamos que mudar novamente porque já se fala em uma nova variante do vírus.
Desta maneira, pessoas com dificuldades em lidar com mudanças acabam tendo um sofrimento emocional maior, a questão muitas das vezes é a dificuldade de aceitação de que a vida jamais será exatamente como antes e que precisamos desenvolver a capacidade de nos adaptar já que o momento atual requer sempre novos ajustes.
Aceitar que estamos vivendo tempos de grandes instabilidades e falta de certeza é um passo importante para a diminuição da ansiedade e a busca de estratégias de adaptação às novas demandas que surgiram a cada dia.